Dia do Azar – Homenagem ao
Brasil Rural
Amélia Luz
Naquele dia, que confusão!
A bezerrada vazou a cerca,
Nem sequer, leite derramado!
O bolo ficou solado,
O feijão queimado,
A goiabada passou do ponto,
O queijo azedou na despensa,
O sol se escondeu de repente,
E a casa ficou no escuro!
O patrão pão-duro,
Não comprou a vela,
E a menina tagarela
Perdeu a chave da fechadura!
Um enxame-formigueiro invadiu a sala
Entornou-se o tinteiro na mala,
Manchou o linho branco do enxoval
E Mariazinha chorou de tristeza!
A roupa lavada sujou no varal,
Era dia do temporal!
O padre, com preguiça, não acordou,
Nem rezou a missa!
A noiva arrependida fugiu do altar
O sino não tocou no cruzeiro,
E o Sinhozinho perdeu todo o seu dinheiro...
O forno não assou o pão
O cão não latiu no quintal
Pois comeu todos os ovos do galinheiro.
Não teve omelete quentinha,
O fogão ficou apagado
A lenha estava molhada
E chovia fino, no telhado...
A Sinhá nervosa rezava ladainha,
Na hora dos anjos, na boca da noite!
O patrão emburrado cochilava,
Na cadeira de balanço.
A preta cozinheira parecia encantada,
Vagava pela cozinha balançando os beiços...
O carrilhão carrancudo batia compassado,
As seis pancadas da Ave-Maria!
E a família se recolheu quietinha
Pensando na dureza da vida.
Era sexta-feira, dia treze na folhinha,
Que azar, que desgosto!
Naquele dia, que confusão!
A bezerrada vazou a cerca,
Nem sequer, leite derramado!
O bolo ficou solado,
O feijão queimado,
A goiabada passou do ponto,
O queijo azedou na despensa,
O sol se escondeu de repente,
E a casa ficou no escuro!
O patrão pão-duro,
Não comprou a vela,
E a menina tagarela
Perdeu a chave da fechadura!
Um enxame-formigueiro invadiu a sala
Entornou-se o tinteiro na mala,
Manchou o linho branco do enxoval
E Mariazinha chorou de tristeza!
A roupa lavada sujou no varal,
Era dia do temporal!
O padre, com preguiça, não acordou,
Nem rezou a missa!
A noiva arrependida fugiu do altar
O sino não tocou no cruzeiro,
E o Sinhozinho perdeu todo o seu dinheiro...
O forno não assou o pão
O cão não latiu no quintal
Pois comeu todos os ovos do galinheiro.
Não teve omelete quentinha,
O fogão ficou apagado
A lenha estava molhada
E chovia fino, no telhado...
A Sinhá nervosa rezava ladainha,
Na hora dos anjos, na boca da noite!
O patrão emburrado cochilava,
Na cadeira de balanço.
A preta cozinheira parecia encantada,
Vagava pela cozinha balançando os beiços...
O carrilhão carrancudo batia compassado,
As seis pancadas da Ave-Maria!
E a família se recolheu quietinha
Pensando na dureza da vida.
Era sexta-feira, dia treze na folhinha,
Que azar, que desgosto!