segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Uma Consequência por traição

Soam os gritos de uma mulher
Sendo espancada  por um capataz
Um homem chamado : John Pier
Com a moça namorou , quando rapaz
...
Hoje ela grita com os sofrimentos
No passado gritava , de prazer , dor
Motivo: não houve o casamento
John foi traído , e Carol diz :
Nunca entre nós houve amor !

                                              

 Wálysson Luan Amorim .


PEREGRINOS SONHOS


***
Quando a noite vai agonizando,
E frias ânsias faz-me delirar,
Vejo teu rosto suave e constante
Em devaneios meu quarto adentrar.

Chegas maneira como pluma livre,
E o meu corpo tenta fustigar,
Com os teus lábios vadios e dementes
Faz minha noite terno deleitar.

Tuas volúpias vagueiam em prantos,
E a sua pele torna-se vicejar,
E a minha gana esquece o passado,
E regozija no teu cavalgar.



***


Encontro de Salto


Bom dia Poetas lindos!
A notícia de hoje me deixou super feliz. Para quem foi já sabe como é delicioso, para quem não foi não perca este ano. Falo do Encontro de Salto, em meio as corredeiras não precisamos buscar inspiração, ela naturalmente vem. Espero poder encontrar cada um de vocês lá.

A chuvas caem, são chuvas de janeiro.
O calor se agiganta com o sol que nos torra.
Os pássaros cantam nas manhãs.
E logo cedo despertamos suados.
Que calor é este minha gente?
Um calor não natural, mas provocado.
Nossas mãos o fizeram. Triste!
Somos marginais e assissinos de nós mesmos.
Inconsequentes homens somos nós.
Quantas tragédias e mortes pelo pais e mundo.
Nossa pena oh humanidade desvairada e inconsequente.
Tudo em virtude de nossos atos impensados.
Mais ainda há tempo para despertarmos.
E em uma força conjunta revertermos este quadro.
Vamos, nós poetas, fazer nossa parte.
Lutemos almas irmãs em prol de nós mesmos.

Teresa Azevedo
www.teresaazevedo.prosaeverso.net

Festa





A lua, quando surge por trás da montanha,
Com sua plasticidade que espanta,
Vai seduzindo, convocando o mar,
A ela se entregar.

Sem relutar,
Ele principia a se suavizar
E se deita,
Como quem se ajeita

Para receber a amada...

Ela estende a sua mão
E o toca num misto de paixão e gratidão,
Desenhando assim, a profundidade de sua afeição,

Na superfície prateada.

O que, exatamente, se dá a seguir,
É inapropriado intuir.
Ninguém sabe ao certo, o que se passa entre eles.
Qual a matéria prima de suas sedes.

O sentimento dele sendo tocado,
Delicadamente estimulado
A participar
Do espetáculo sublime, que é o luar.

Ela emanando sensualidade,
Em um grau elevado de sensibilidade,
Passeia por ele, demoradamente,
Para sorvê-lo completamente...

Ambos se entregam
E se completam,
Em uma incontestável sintonia,
Com toques de galhardia!

A cerimônia é de comunhão,
De exaltação
E reverência à Criação!

... Festa para a percepção!




Dedico esse texto a meu amigo
Ótimo poeta – Nasser Queroga


Vídeo indicado:
http://www.youtube.com/watch?v=pWs-dXDiI6k&feature=related

domingo, 30 de janeiro de 2011

Fantasia - Uma canção

Quis lhe dar meu corpo
Que acendia
Duro feito pedra de acender
Quis lhe dar a minha voz
Macia
Para lhe fazer compreender
O que eu queria
Atirar-lhe poesia,
Feito confetes,
Grudar minh’alma à tua
Feito chicletes
Mil fantasias
A rolar
Num faz de contas
De um amor
Que você não quis
Lái a rá , lá lá iá
Você não quis
(©by Adilson S. Silva)

Festa Compartilhada




Agora, o que me resta,
Além de fazer muita festa,
É me adequar ao novo ritmo
Da percussão,
Que conquistou meu coração,
Com seus magníficos signos!

Paradoxalmente, as ideias são: trabalhar
Para proporcionar tranquilidade ao criar!
Construir,
Abusar do sorrir,
Desacelerar,
Gostar...
Celebrar
E muito contemplar!

Tenho sede de aprender...
Quero conhecer!
Sei que existem outras possibilidades,
Outras definições de felicidade!
Já tenho a minha,
A que, de mim, irradia!
Procuro quem, à sua maneira vivencia,
Em uma autoral melodia...

Busco o ambiente propício,
Para o meu reinício,
Onde eu possa viver em simplicidade,
Mas, com dignidade!
Perto do mar,
Pra eu poder passear,
Espiar,
Navegar...

Ah! Os meus planos são bastante claros.
São sinceros, portanto, caros!
O meu fluxo natural desembocou assim...
Invadido por um lirismo sem fim!
Acho, sim:
O melhor de mim!
Foi a minha salvação
E é a nave da redenção!

O mais relevante é expandir a sensibilidade,
Para qualificar a criatividade.
Para potencializar a inspiração!
Quero acesso direto a cada coração...
Quero reconhecer cada irmão
E me entregar a essa emoção!
Meu sonho é de festa compartilhada...
De ciranda encantada!



Vídeo indicado:
http://www.youtube.com/watch?v=u0-iovg0mq4

Amado meu


Amado de minha vida!
Obrigada por existir, caso contrário eu não teria experimentado o amor.
E que amor que tudo suporta, inclusive saber que não me pertence agora.
Que a esta hora está nos braços de outra pessoa e não nos meus.
E eu aqui só, mas ainda assim pensando em você, como tem sido pelos longos e longos anos desde que o conheci.
Amor que tem cuidado e carinho e que lhe é tão grata pela retribuição.
Amor que só de olhá-lo se enche de felicidade e desejo.
Que quando passa tempo ao seu lado se regozija e delira.
Que ama sua presença, mesmo sem ter seu corpo. E mais ainda quando o tem por inteiro.
Amor que tem esperança de um amanhã consigo, ainda que este amanhã seja apenas para uma velhice feliz.
Amo você como jamais pude amar um homem, como jamais pude amar a mim mesma.
Em suas mãos está meu amanhecer ensolarado e quantos e quantos dos meus dias tem sido assim, ensolarados.
Simplesmente eu.

sábado, 29 de janeiro de 2011

COMO TE AMEI



QUERO-TE FLOR PRIMEIRA



QUERO-TE FLOR PRIMEIRA!
Carmo Vasconcelos


Quando eu futuramente regressar,
Noutro corpo, diversa alma prefiro,
Despida de memórias, qual papiro
Liso... Que esta enrugou-se de chorar!

Quero-a nua de passados já sofridos,
Flor primeira, enxertada de ignorância,
Alheada de lembranças que em constância,
A tolham pelos erros conhecidos!

Erros que antes de fluirem largos prantos,
Se vestiram de risos, gozo, encantos,
Inefáveis momentos de prazer!

Então, que venha a mim alma inocente,
A aventurar-se, audaz, inconsciente,
Que entre riso e pranto, há vida a viver!

***
Lisboa/Portugal
5/Janº/2010







INTERMEZZO

Psiché ranimée por le baiser de l’amour
By Canova (1787/93)


INTERMEZZO
Carmo Vasconcelos


Fica comigo, amor!
Dar-te-ei risos
de criança com brinquedos,
pintarei estrelas
na ponta dos meus dedos,
e sóis
no céu da boca do meu beijo.
Serão somente tuas
minhas luas de desejo,
e só para ti
meus poemas, que antevejo
plenos de volúpia e de carinho.

Amor, tu estás no meu caminho!

Fica comigo, amor!
Serei teu melhor fado em ré maior,
a prosa cativante que te envolve,
o mar em que mergulhas
com langor;
a onda que te leva e te devolve
ao meu corpo de evasão.
Não tenho para ti
as amarras da prisão
nem o jugo castrador da possessão
que leva ao desatino...

Amor, tu estás no meu destino!

Quero-te, sim!
Como te quero...
Mas voando solto como a ave,
o timoneiro que conduz
em liberdade a sua nave,
de olhos postos no sonho e na cruz.

Fica comigo, amor!
Relembremos a divina sinfonia
que no céu foi escrita um dia
para nós...
Celebremos a vida que nos resta
em amor e poesia a uma só voz!
Retomemos as harpas e os banjos
do tempo em que louvávamos,
em sintonia com os anjos,
a celeste guarida.

Amor, tu estás comigo nesta vida!

Fica comigo, amor!
Esta é a prece que a Deus rezo,
em intermezzo...
Continuemos a peça interrompida,
corpo a corpo, mão na mão...
E de enlevo as almas rasas,
voltaremos a ter asas,
nem precisamos coração!
***
Lisboa/Portugal
30/12/2007

 







Voltei a me amar





Um turbilhão de pensamentos...
No meu imo mil sentimentos...
me falta fibra pr´a agir,
Quero lutar e reagir...

Súbito, uma calma imensa
Tomou conta do meu ser.
Na mente, apenas a crença,
não a angústia de esmaecer...

Uma sensação de paz
Felicidade me traz.
Vontade de me cuidar...
Recomeçar a me amar.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

Respeite os direitos autorais.

Amantes.


Quando nossos corpos se encontram...
Exalando desejos de loucas paixões!
Na união de nossos lábios molhados,
Pelos nossos devaneios incontroláveis...

Suspiro fantasias, beijos loucos apaixonados.
Minhas mãos percorrem o nu de teu corpo...
Embriagando-se em eflúvios sentimentos,
Buscando em cada curva o apogeu do amor!

E tu entregues aos delírios sem pudor...
Arranca a mascara de tímida mulher,
Libertando-se como pétalas do mal-me-quer!

E assim nosso amor se vai por noites adentro...
Respirando o perfume da total e louca entrega.
Selando com um beijo, o gozo dos amantes!


Baroneto.

RUGAS


RUGAS

Carmo Vasconcelos



Em cada ruga houve um caminho percorrido,
Em cada estria outra jornada sem avesso,
Marcas de um tempo irreversível e pregresso,
Fundos sinais de antigo carma já vencido.


Todas afago sem revolta e sem lamentos,
E bendizendo-as me desdobro em oração,
De alma ora leve e apaziguado coração,
Grata e liberta de penhores e tormentos.


Esculturais sulcos divinos a lembrar
Que o purgatório tem morada permanente
Aqui na Terra onde se saldam fatalmente
Dívidas cármicas deixadas por pagar.


Outrora filhas de actos vãos, irreflectidos,
As minhas rugas, mais que contas liquidadas,
São no presente as mães de luz, purificadas,
Destes meus versos, de pecado redimidos.

***
Lisboa/Portugal
1/Fevº/2010









Feliz




Acordei nos braços da esperança,
Com uma alegria incontida
De criança.
Vontade de reverenciar a vida!
Acariciá-la,
Tocá-la!

Dizer-lhe dos meus erros,
Dos meus medos...
Explicar-lhe os motivos
Mais íntimos,
Mais ínfimos...
... A honra de estar vivo!

Pedir-lhe sinceras desculpas,
Por tantas vezes, ter sucumbido à culpa...
Imaginária,
Arbitrária!
Embutida,
Engolida!

Sei que vacilei!
Duvidei!
Mas, não me entreguei!
Reclamei,
Esperneei,
Mas, novamente, apostei!

Agora, diante do vale da redenção,
Reacende-me uma madura paixão
Pelo existir
Sobre os pilares do evoluir!
O mais adequado oráculo,
O mais artístico espetáculo!

Acordei ,acreditando seguramente,
Coerentemente,
Na beleza do desdobramento
Do celestial encadeamento.
Sei que vai dar tudo certo, ao fim.
É o que pulsa vigorosamente, em mim!

Uma ascensão gradativa,
Mas coletiva!
Uma planetária iluminação!
Fantástica elevação...
O planeta oitavado
E o universo feliz, realizado!



Música linda
http://www.youtube.com/watch?v=91Y02KxgANs&feature=related

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PEQUENO APRENDIZ

      “PEQUENO APRENDIZ”  


Por acaso sentes falta
de tuas asas que te levavam
a qualquer lugar
como se um pássaro fosses?

Por acaso és mendigo
pedinte de uma vida só
por não conseguires sequer
ser um eterno aprendiz?

Por acaso és um foragido
de vidas passadas
que te inebriavam e te consumiam
como se fosses um mero passante?

Muitos caminhos tens a percorrer
neste momento vida
para assim poderes aprender
como se fosses um pequeno aprendiz.

Júlio Cesar

Todo Poeta reflete , a luz da sua poesia !

O ser humano iluminado
Com o divino saber
Só Deus para fazer
Um poeta estruturado
Que  em  poesia é  formado
Livre de toda  agonia
Que ministra uma cantoria
Fazendo seu trabalho  alegre
E todo poeta  reflete
A luz da sua poesia
...
Canta na calçada da rua
Propagando o pensamento
Canta na festa de casamento
Faz poesia do sol e da lua
Da mulher vestida e nua
Escreve de noite e de dia
Fazendo muita folia
Amolado feito gilete
E todo poeta reflete
A luz da sua poesia
...
Sempre animado cantando
Um verso , poema , uma canção
Faz da natureza sua inspiração
Olha para o céu e fica pensando
Se as rimas estão rimando
E dentro da sintonia
Tenta fugir da hipocrisia
O mal da sua vida expele
E todo poeta reflete
A luz da sua poesia

Autor : Wálysson Luan Amorim .

Site   :

Poetas brasileiros contra o anonimato



Feliz por fazer parte desse portentoso portal, que faz a inclusão de muitos poetas brasileiros e os divulga em páginas abertas para o mundo não poderia deixar de fazer menção da grande necessidade de somarmos forças na WEB para levarmos a mensagem maior para o mundo de paz e solidariedade. Diante de situações caóticas como as que vemos tomar conta das cidades, dada a ocupação desorganizada do solo, a tomada de morros e destruição de florestas por falta de ética no planejamento do crescimento zona urbana, só podemos falar com abrangência, constância e coragem contra anti-poesia da vida, a destruição.
Não é só tocar a foca no trombone, mas investir em novas e boas idéias, que sejam sustentáveis para a vida, pois já dizia o poeta "é bonita, é bonita e é bonita!".
Antes mergulharmos no simples "assistencialismos", é preciso por a mão na consciência e refazermos o caminho da construção, do saneamento básico, do licenciamento das áreas urbanizáveis, da política de habitação, do plantio ordenado para controle da erosão. Precisamos saber que há posturas, leis, organizações competentes preparadas para fiscalizar e operar com prestimosidade. Não é só apontarmos os dedos, elegermos um bode expiatório, contudo é exigir o respeito à vida, à natureza e ao conhecimento sobre ela gerado para evitar o que é possível.

Poesia, às vezes, é dizer: tome vergonha povo brasileiro! Dar um jeito debaixo da terra é só com o cão!

Homenageio, por isso, os poetas que me trazem até aqui. Sem eles, não frutificariam as minhas palavras e os meus sonhos edênicos.

Entre esses :

Flávia Simplício, de Ponte Nova, MG. Garota que conduz nos versos o patriotismo engajado, o amor ao Brasil com o peso da consciência cidadã. Ela, que tão jovem representou os anseios dos poetas, criou projetos literários e expôs sua arte na mais tenra idade, é um exemplo de brasileirinha com palavras de gigante. A ela e sua mãe Maria Helena os agradecimentos pelo espaço cedido na divulgação da Nova Coletânea e pelo seu ardor civil e poético. Uma, com certeza, que trabalha contra o anonimato dos poetas e suas poesias.

Outro, o poeta Mariano Pereira, filósofo e cancioneiro do amor, o qual sempre dosou a sensibilidade na mesma medida dos valores do bem. Em São Paulo, além de poeta compositor, que cedeu à sua lírica a musicalidade dos poemas. Lançou seu primeiro livro recentemente denominado "Trajetos de uma estrada". A ele meus agradecimentos.




Relevo aqui ainda uma das maiores motivações para o escribato, Roberto Siuves, esse que em tenra idade mostrou-me o fascínio pela palavra em verso, declamando na grande BH os poemas que escrevia desde moço. É um poeta mineiro com raízes na emoção que gera a vida, no amor aos detalhes e na inspiração de versos que levam à reflexão.

A jovem que escondia o versado nas páginas do caderno de secundarista, imaginação intrépida e revolucionária que revelava desde jovem a vocação para o outro, a preocupação com a vida e o mundo que a cercava, uma vocação a fraternidade. Hoje RH em empresa florestal, Rafaela Ramos Generoso sabe o valor da sensibilidade e a importância do pulso forte de uma mulher que sabe o que quer... Com ideal e amor ela escreve e realiza o melhor para o bem de todos.

Inigualáveis companheiras nesse solo brasilis e em folhas de papel não poderiam me deixar perdido no caos das idéias. Desse modo, incumbiu-me as musas encontrar no caminho alguém que iria me apresentar a verdadeira luz do saber lírico; quem senão Rozimar Gomes, membro da Academia de Letras de Viçosa (ALV) surgiria como incentivo na hora mais difícil para não desanimar contra a opressão das adversidades. Um fenômeno pedagógico, uma voz inclusiva contra quem só o que há de pior nesse mundo ousaria lapidar a beleza interior

A Iasmine Zaidan, poetisa revelada nos concursos da Nova Coletânea e da Universidade Federal de Viçosa, uma sensibilidade cunhada pelo capricho dos pais e carinho de todos da família, pôde ela sair da escola com publicações em jornais pedagógicos e me deixar às mãos ricas pérolas de saber versado. Um estímulo em meu trabalho de escritor e editor de coletâneas.
Obrigado.
Zeltia Gaia ( Sandra Rey Mosteiro), por acreditar em meu projeto e dedicar poemas tão belos e incríveis às coletâneas mais uma contra o anonimato dos artistas.


A Diana Rios, mexicana, com dedicado estudo e amor à educação e ás letras, todo o meu carinho por ter trazido sua luta em favor do universso feminino às páginas de nossa coletânea "Livre pensar literário".

Assim, em nome de todos aqueles que ainda não realizaram seus sonhos, faço um convite para que saiam do anonimato e venham exercer sua cidadania com vez e voz no Portal de Poetas Brasileiros contra todo o anonimato que a mídia dos últimos anos gerou na opção por programas de pouco apelo à cultura e á inteligência dos bons brasileiros. Tenho dito!

BEM VINDO BRUNO RESENDE RAMOS !!!




A lente do poeta





O poeta, em olhos desnudos,

não pode ver o mundo - pensei...

Por onde andam seus óculos?

Onde estará o seu poder de olhar e ver o todo, o tudo?



Para ver o mundo do poeta

fiz meus planos...

E sou, num instante, engano,

no outro, a crítica desse vasto mundo.



O artista férreo de assaltados olhos

ri-se do bárbaro abandonando o sono.

Já foi cético. Mas seu humor sempre lhe fez humano.



— Já procuraste o meu (mundo) nas pedras? – Indagou-me - Foste a Itabira?... Onde será

amigo meu que o tal mundo se encerra?

Ouvi calado seu sussurro:

—Disse a Colombo – serve-lhe a pista– que, antes, o redondo mundo, hoje, se vê quadrado

numa tela plana; todo ele num segundo. Mas a lente do poeta, pela qual se vê o mundo,

não vai às mãos de quem depreda nem daquele que se conecta... Se interneta, querendo ver

só por prazer ou se dizer além da esfera, estratosfera, ou como defendem atualmente, além da

blogosfera.



Simples, lírica e valente,

minha poesia é minha lente.

Pela qual mais perto vi o mundo.

Para qualquer um está bem à frente.

Vai logo enxergar ao ler...

Como vês, meu nobre amigo, o meu mundo não é só o que se vê... É mais vasto...

E é muito mais do que se sente, muito mais do que ainda um dia poderás crer.
 
 
BRUNO RESENDE RAMOS

Farpado Cerco





A palavra está tão achincalhada!
Vale mais nada!
Foi brutalmente ridicularizada,
Pelo seu uso indevido.
Perdeu o impacto do cósmico sentido!
Está banalizada!

Talvez, seja esse, um dos nossos milhares,
Entre tantos falsos altares...
Um dos piores erros!
...Como gostamos de errar!
E de não pensar!...
Farpado cerco!
Não percebemos os crimes que cometemos,
Os castelos que desfazemos,
Através da indevida utilização do ato de falar.
Insensibilidade a deflorar!

Se tivéssemos a dimensão da mágoa espalhada...
Florestas derrubadas...
Devastação!
Aridez,
Estupidez!
Escuridão...
Negligencia...
Absoluta ausência de inteligência!
Plantação de espinhos,
Destruição do ninho!

Estamos com o dedo no gatilho de uma poderosa arma,
Que, sozinha, não se desarma!
A nossa sorte é desconhecermos o seu verdadeiro poder.
Atiramos a esmo, causando estragos até relevantes,
Mas, poderia ser bem pior se soubéssemos o seu real dizer,
As suas características mais instigantes.


Através dela,
Dessa encantada janela,
Afaga-se,
Acata-se!
Ampara-se!
Abraça-se!
Conduz-se!
Reluz-se!
Chega-se!
Aconchega-se!
Recolhe-se...
Acolhe-se!
Instiga-se,
Acaricia-se...

Uma palavra estende a palma,
Traz calma!
Salva!
Liberta a alma!
Viabiliza a existência!
Pode fazer aflorar a descendência!

A palavra tem o poder da criação.
Está em toda a formação!
Em cada manifestação,
Em toda movimentação.
Portadora de todos os mistérios,
Senhora de todos os impérios!
De todos os critérios.
... A mineralidade dos minérios!
Os braços da divindade...
Encantamento da eternidade!





Música linda
Clássico da  mpb:
Amor Perfeito
Clara Nunes


http://www.youtube.com/watch?v=KBqFo-Wg9fc

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A força do pensamento


 Que vá minha voz perambulando ao vento,
 Como folhas rolando estrada a fora,
 A chamar-te em involuntário pensamento,
 À rogar insistente  tua presença agora.
 Siga as setas no clarão do meu caminho,
 Não olhe a distância deixada para trás,
  Deixe a força do amor  percorrer,
  Não pense, fuja da  razão, crie asas,
  A minha  metade espera a tua metade,
  Numa fusão única, num só coração.


              Dora Duarte

DEDICO Á MINHA FILHA, MINHA AMIGA...

Ana Carolina, você é a filha mais linda!
Inteligente, carinhosa e prestativa.
Encontrei em você uma grande amiga,para preencher o vazio da minha vida.
Lágrimas passamos juntas,tristezas, dores, dissabores...
Nunca deixou de acreditar nos valores que juntas conquistaríamos .
Parou de sonhar por um momento,para que eu realizasse o meu sonho.
Deu-me forças para estudar e trabalhar,para minha auto-estima elevar.

ELEN VIANA

O TREM



Piui
O Trem Está Partindo
Piui
Meu Bem Está Me Deixando

Piui
O Trem Traz Alegria
Mas Também Deixa Tristeza
Todo Santo Dia

Piui
Eu Estou Feliz
Piui
Eu Estou Triste

Por Cidades Ele Passa
Uma Lágrima Sem Graça
Ele Deixa Rolar
E Não Pára De Trilhar

Eu Sempre Fico Na Estação
A Espera Do Meu Bem
Que Partiu Meu Coração
Quando Se Foi Nesse Trem

Piui
O Trem Vem Chegando
Piui
Eu Sempre Aguardando

Que Numa Dessas Cheganças
Termine Minhas Lembranças
Trazendo O Meu Bem
Que Partiu Num Trem Também

Piui
O Trem! Oh! É Ela
Piui
Sorrindo Na Janela
Piuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiii ...

"Eu faço parte desta história"
08/05/69

Faminto




Tudo valeu à pena!
Essa existência muito mais, muito mais que intensa!
O desprendimento ao trocar as peles...
A consciência de que tudo é realmente, muito breve!
Não dá pra vacilar,
Nem oscilar!
O certo é pular
E agarrar!
Como se estivesse pra ser extinto...
Holisticamente faminto!

É assim que tem que ser,
Pra validar o viver!
Caso contrário,
É puro tédio, o itinerário!
Só aborrecimentos,
Frustrações,
Decepções e traições...
E congestionamentos!
É insano aceitar
E se subjugar!

Volta o ideal hippie oitavado,
Mais bem sustentado.
Ampliado
E atualizado!
Mas, o princípio é o mesmo.
Lá, a execução foi um erro.
Aqui, tudo está muito mais pensado,
Muito mais sensato!
Não é preciso forçar
Pra acreditar!

Você reconhece a verdade com os sentidos,
Muito mais que com o juízo!
O seu corpo reage,
Espontaneamente reconhece
E se aquece...
Interage!
A razão se cala
E a mente perde a fala!
A sensação é de, subitamente se lembrar
De algo, que estava a latejar!




Vídeo delicioso indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=1sQ8wpHiw9Y&p=9514BC004648889F&playnext=1&index=38

O RETRATO

O RETRATO não demonstra
a essência do fato.
Não chega ao coração a tradicional pose e ato.
Apenas marca a passagem do passado.

O retrato não esconde, não engana o cenho cansado.
O formato da boca não muda
Não muda seus sonhos, já que seus sonhos
Não foram feitos para mudar.

Ele, o retrato, permanece fiel,
irretocável no espírito;
às vezes, modificado pela arte
outras, pela lembrança.

Contudo segue imutável, é o seu jeito
No seu sorriso ou não pelo papel
Anda compenetrado em sua forma,
Em seu estado pactual de ser.

Quisera retornar
Almejara libertar-se a tempo.
Procurara, em vão
escapulir da prisão
da estampa no papel
amarelecido pelo passar do Sol
Esse, o mesmo Sol
que hoje lhe bate à porta.

"Eu faço parte desta história"
25-08-1991