Abençoado por Deus e bonito por natureza”.
Esse refrão de uma música brasileira cabe
nesta crônica que começo a desenvolver, lembrando a passagem de uma viagem que
eu e minha esposa fizemos ao Egito, quando avistamos o referido mar.
Durante o caminho, da cidade do Cairo até
Israel, percorremos 600
quilômetros em uma estrada asfaltada no meio do deserto.
O guia que nos acompanhava passava inúmeras informações dos costumes de seu
povo e ficamos aterrorizados com algumas colocações que, se aplicadas por aqui,
teríamos calafrios na espinha.
Lá pelas alturas de não sei quando, um dos
condutores da van parou em um determinado momento e disse com todas as letras:
“Estamos em frente ao Mar Vermelho”, que alegria! Pois já era esperado, fazia
algum tempo!
Paramos em frente, tiramos inúmeras fotos e
também as sandálias para sentir a sensação da água; a minha ficou presa no
asfalto e descolou o solado, tamanho era o calor, cerca de 40 graus.
No interior da van havia ar condicionado e
muita água gelada que amenizaram a situação. Não se podia nem abrir a janela,
que era uma gritaria louca entre nós, os nove brasileiros que faziam a
travessia.
O Mar Vermelho é um personagem frequente
das historias bíblicas. Teriam sido suas águas que Moisés dividiu magicamente,
por exemplo, para permitir a passagem dos hebreus a caminho da Terra Santa.
Hoje, porém, o Mar Vermelho é considerado um
santuário mais por sua riqueza ecológica: ali está um dos maiores reservatórios
de biodiversidade marinha do planeta.
Ao contrário do que se diz seu nome, Mar
Vermelho é, na verdade, azul-esverdeado. Ele foi batizado de Vermelho devido à
presença em suas águas de uma alga específica, que, quando floresce, torna-o
marrom-avermelhado.
É um mar fino e longo, localizado entre a
África e a Península Arábica. Ele banha sete países: Egito, Israel, Jordânia,
Arábia Saudita, Iêmen, Eritréia e Sudão. São mais de 440 mil quilômetros
quadrados de superfície e 2,3 mil quilômetros de comprimento.
Por ser isolado, não há grandes cidades na
região. Suas margens são desérticas e praticamente desabitadas e, por sua alta
salinidade, o Mar Vermelho tem recifes de corais extremamente ricos em
biodiversidade e em excelente estado de conservação.
Mesmo com fatores que colaboram para a
preservação dos corais, a região não está imune aos desastres ecológicos. Os
terremotos são ameaças constantes, apesar de ocorrerem a distâncias de 200 quilômetros , já
que os corais são estruturas extremamente sensíveis.
Há 25 milhões de anos, placas tectônicas
começaram a se mover em direções opostas e formaram a Mar Vermelho. Elas
continuam se movimentando e vão lentamente transformá-lo em um novo oceano e,
talvez uma nova situação, poderá custar ausência de seus belíssimos
corais.
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