Amar todos amam... Saber amar, já é outro papo... Nem
todos sabem...
Parece simples, mas não o é. Vamos aprender a amar?
Não
custa nada e nem provoca alergia...
E vale a pena saber amar de
verdade...
Osculos e amplexos,
Marcial
APRENDENDO A AMAR DE
VERDADE
Marcial Salaverry
Todos consideram que amar é algo que deve
ser muito fácil, e realmente pode ser mesmo, pois basta querer bem àquele alguém
de quem gostamos. Mas, será que amar de verdade é apenas esse querer bem? Será
que não existe alguma fórmula secreta para demonstrar e viver esse amor tão
lindo?
Por vezes, temos a satisfação de ler certos artigos que nos
induzem à reflexão, por mostrar coisas que saltam aos olhos, mas que nem sempre
observamos.
Existe uma "Historia Judaica", que acredito ser de autoria do
escritor Paulo Coelho, que fala de uma conversa do rabino com seus discípulos,
contando que havia descoberto como amar ao próximo. Dizia ele haver surpreendido
um diálogo entre uma senhora e seu filho:
"Você me ama?" O filho disse
que sim. Então Esther insistiu:
"Você sabe o que me faz sofrer?"
"Não
tenho a menor idéia", respondeu o filho.
"Como pode me amar, se não sabe o
que me faz sofrer? Procure descobrir rápido todas as coisas que me deixam
infeliz, pois só assim seu amor será impecável".
Certamente há uma
grande e indesmentível verdade por trás dessa parábola, que nos traz uma
conclusão interessante, ou seja, de que o verdadeiro amor é aquele que consegue
evitar sofrimentos desnecessários, e não aquele em que apenas procuramos brindar
nosso amor com o que ela gosta, sem contudo saber como evitar o que a faz
sofrer, e que muitas vezes são pequenas atitudes, pequenos detalhes que nos
passam despercebidos, mas que causam tristeza a quem amamos, coisas que nem
sempre fazemos, pois quando amamos alguém, normalmente procuramos saber o que
poderemos fazer para agradá-la, atendendo-a nas coisas que poderão lhe dar
prazer, e acreditamos ser essa a maneira normal de se demonstrar amor, ou seja,
fazer tudo que sabemos que ela aprecia, para vê-la sempre
feliz.
Esquecemo-nos porém, de procurar saber o que poderá fazê-la
infeliz, ou seja, as coisas que a desagradam, para evitar certas atitudes que
vão torná-la infeliz, ou que, pelo menos irão toldar essa felicidade, e deixá-la
menos feliz do que ela poderia ser, se estivessemos bem a par do que não
deveriamos fazer, o que pode acontecer quando compramos um presente por exemplo,
pois na verdade, devemos procurar saber se realmente vai ser de seu agrado.
Quantos presente caros ficam jogados dentro de gavetas, porque aquela coisa tão
linda que compramos não é do agrado do presenteado, e assim, por atitudes
erradas que tomamos, é que ocorrem os piores contratempos.
Amamos um
alguém que nos ama também. Claro que sempre iremos procurar nos agradar
mutuamente, fazer tudo que sabemos que trará satisfação. Esquecemo-nos, contudo,
de procurar saber o que poderá desagradar, não evitando certas atitudes que irão
causar aborrecimentos.
Por exemplo, um casal cujo marido adora futebol,
mas a esposa não suporta "ver aqueles 22 idiotas correndo atrás de uma bola".
Seguindo sua opinião, porque não compram uma bola para cada um e solucionam o
problema, o que não deixa de ter sua lógica... Ele não sabe de sua ojeriza, e
ela não sabe que ele odeia as novelas que ela adora (às vezes é o contrário... é
ela que gosta de futebol...). Não procuraram conversar sobre as coisas de que um
gostava e o outro não. E está criada uma área de atrito. Na maioria dos casos a
situação perdura durante anos, sempre as mágoas recolhidas, até que, sem mais
aquela, a represa estoura e tudo aquilo vem a tona. Geralmente essas discussões
são fatais e nunca acabam bem, pois são mágoas que ficaram sendo curtidas por
muitos anos. Quando explodem, é algo como um tsunami varrendo uma
praia...
As pessoas deveriam sempre ter um diálogo prévio, procurando
acertar arestas, tentando colocar em evidência sempre aquilo de que não
gostamos, mais do que aquilo que nos agrada. Parece ser uma atitude antipática,
mas é melhor descobrir-se logo quais são as "desafinidades" porventura
existentes, para tentar desde o início um acerto. As afinidades serão
descobertas com a convivência.
Um amigo meu, muito romântico, sempre
levava flores à sua namorada. Acontece que ela era alérgica a flores, mas não
sabia como dizer a ele, que por sua vez, ao observar na visita seguinte que suas
flores não estavam no vaso, ficava magoado. Resultado, o namoro terminou e eles
ficaram separados, cada qual mais triste que o outro porque se amavam.
Felizmente houve uma terceira pessoa que, penalizada com a situação,
explicou para ele o problema "florístico". Como resultado, casaram-se e vivem
muito felizes. Claro que ele nunca mais comprou flores para ela. Só artificiais.
E sem cheiro. Mas eles poderiam ter ficado separados e infelizes, só porque ele
não conhecia o que NÃO agradava à ela. Desmanchava-se em gentilezas, mas
faltou-lhe sutileza para tentar saber porque as flores eram rejeitadas, e a ela,
o ter esclarecido logo de cara seu problema, digamos, "olfatal".
É
simples acertar certos problemas... Basta dialogar...Vamos procurar
fazê-lo?
Termino desejando UM LINDO DIA. Acho que ter um lindo dia não
desagrada a ninguém, mas se alguém não gostar, é só avisar... O importante é
evitar o que pode desagradar a outrem...
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