sábado, 25 de setembro de 2010

AMOR MAIOR

Ouçam-me um só instante:
preciso falar de amor,
não um sentimento qualquer:
o que tira sorrisos da dor
tornando perdão o seu lema,
faz da vida um poema
transforma tristeza em flor

É algo incomensurável,
ultrapassa o infinito
reverbera nos corações
sublime de tão bendito
e na sua gloriosa luz
moldou a aspereza da cruz
vencendo enfim o maldito

Tamanha é sua proporção
e o alcance de seu desfrute,
tão poderoso o seu brotar
que por mais que alguém lute,
embora só por instante,
ele é mais do que bastante
inda que fuja e relute

Amor incondicional
que se entrega sem pedir,
sem nada em troca querer
mas tão potente no sentir,
algo assim não é humano
pois alma só tem engano,
falta benção no seu fluir

Pois que homem se daria
pelos erros de seus iguais
morrendo em sofrimentos
que ninguém sentirá jamais?
Malgrado houvesse alguém
que assim fizesse também
seus dons não seriam normais

Não havia homens assim
em tal forma de pureza,
nem mesmo mulheres, claro,
pois a humana natureza
morrendo pecaminosa
na jornada dolorosa
carecia de grandeza

Destarte, como redimir
das trevas todos perdidos?
Os homens não mudam homens,
pois mesmo arrependidos,
se mudassem de coração
de onde viria o perdão?
Mas não foram esquecidos

Por essa razão veio a graça
na forma de Deus em amor,
o Verbo, então, se fez carne
entregando Seu Filho à dor
e Ele, Deus-homem, homem-Deus,
morrendo na cruz pelos seus
num só rebanho nos juntou

Eis o sentimento divino
de tamanho sem tamanho,
tão puro quanto Ele só,
aos homens talvez estranho
pois quem pode compreender
que para salvar a mim e você
Se deu ao madeiro tacanho?

Esse amor se chama Jesus,
o Cristo de toda bondade,
o sentimento verdadeiro
trazendo vida e verdade,
e só Ele podia morrer,
pregado na cruz padecer
por toda humanidade

Só o Amor Maior faz isso.
Mesmo não tendo pecado
por nós assim Ele se fez,
um Justo pelos errados,
um santo por pecadores,
a Vida se dando às dores;
quanto amor derramado!


Gilbamar de Oliveira Bezerra

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