CARAVELA
(Sextilhas)
Qual hediondo pecado ou dura sina
Te fez réu dessa lei que te incrimina
E te condena ao jaez de um deportado?...
Sentença mascarada de ventura,
À busca de um amor imaginado,
E foste caravela à desventura.
Era tão verde o mar da tua esperança,
Alvas velas, maré de alta bonança,
Gaivotas acenaram-te à largada…
Mas eis que as velas logo enrodilharam,
Tremeu o leme, ruiu pronto a amurada,
E as ondas da saudade te inundaram.
O céu desdobrou nimbos de tristeza,
O mar escureceu cheio de incerteza,
Gaivotas debandaram rumo aos ninhos…
No cais... meu lenço acena à escuridão,
Bordados nele estão nossos carinhos,
Molhado, lembra a dor... separação.
Vestida em negro, brancos os cabelos,
Só da lua tenho mimos e desvelos,
Na minha longa espera olhando o mar...
- Não serás outro Dom Sebastião,
Amada caravela hás-de voltar,
Antes que a dor me afogue o coração!
***
Lisboa/Portugal
26/ Junho/08
Muito lindo ...pbens
ResponderExcluirBom dia, Carmo!!! Lindo texto!! Aline
ResponderExcluirBom dia, Carmo! Que maravilha de texto! Vieste para enriquecer mais nosso meio poético...Diga-se de passagem, está lindo o nosso blog. Beijos literários.Dora Duarte
ResponderExcluirAline, Adilson e Dora,
ResponderExcluirObrigada pelos carinhos.
É um prazer estar convosco.
O Portal é lindo!
Beijos
Carmo
Deslumbrante! Fiquei emocionada... Tocou-me o coração a saudade e vislumbrei aquele relógio há tanto guardado... Relógio da festa dos "lenços dos namorados"... No tic-tac ela vai marcando o tempo, a distância e a saudade... Buaaa, acho que vou chorar... "na minha longa espera, olhando o mar..." Sou sua fã Carmo!! Beijo grande, Ceiça Lima.
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