Lá fora,
A chuva molha o asfalto;
Aqui --- dentro de meu peito,
A imensurável savana indomável ---
Sinto-me perpétuo amanhecer calcinado.
Tenho tantas dúvidas
Pesando sobre meus ombros:
Ah, a mente prefere, entretanto,
O elixir da solar primavera
Á indigesta verdade impressa
Nas dolentes páginas gélidas
Do inexorável inverno-escombro.
Quero chegar ao cume
Da montanha dos sonhos:
Pegar seus atóis e espólios
Á mão do arco-íris-estanho,
Convertendo-os em estela de ouro
Ou num esplendoroso sol de titânio.
Todavia,
Quando regresso
Desta tão libertária viagem-gerânio,
Novamente me encontro
Aprisionado em nosso cotidiano-escafandro:
Aí, então,
Eu me readapto
E me rearranjo,
Esperando que um dia talvez
A nossa consciência
Reduza a pó
O cárcere-verdugo
Da sua Fogueira-Soprano,
Tornando-se --- enfim ---
O eterno, libérrimo, belo,
Etéreo e soberano
Pégasus-Oceano!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
que beleza poeta esse "in and out "..o aqui dentro e o lá fora ...maravilha de versos pbens....
ResponderExcluirMaravilhoso é aquele que consegue em um momento se fazer etéreo e viajar entre as estrelas, galáxias, sonhos e poesia... Louvável é aquele que consegue voltar desta viagem, incorporar-se novamente matéria e harmonizar-se com o seguir da vida com graça, paz e alegria... Excelente sua equação e o resultado do cálculo é: EQUILÍBRIO! Parabéns, abraço, Ceiça Lima.
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