terça-feira, 19 de outubro de 2010

Margem do perfeito









Águas rolam por entre pedras fincadas
Estacionadas, por certeza rolaram um dia!
E eu a beira olhando, escutando,
Ensurdeço-me com o confundir das águas
Rolantes com um inesperado temporal
Com raios e trovões
Tudo se modifica enquanto as águas
Trocam palavras por entre elas, por entre
As pedras...
Tudo fica mais lindo quando imagino
Quem estar sorrindo?
Na incerteza eu sorrir!
E aquela beleza a minha frente
Brinda-me com uma brisa ao meu rosto
Arrepiando-me
Cristalinas ficam as águas com os raios
Em tons dourados do sol
Secando as pontas das pedras
Fazendo sombra á margem onde eu estou
Sinto-me como se cada pedra, cada gota,
Quisesse me contar um segredo
Mas teria que voltar ao início
Teria que voltar ao princípio
De onde elas brotam
Belezas eu escuto não os segredos
Ainda satisfeito na margem do perfeito
Sinto-me entendido e não compreendido
Assim como elas, águas e pedras.
Águas fortes decididas
Pedras permissivas e não insensíveis.


wwwcalufrey.blogspot.com
Calufrey
calufrey@hotmail.com




Obra publicada no livro poesia e Encontro Salto/SP 09/10/2010

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