A vida nos prega cada peça, que se não nos cuidarmos acabamos vítimas das nossas escolhas, aliás, sempre somos.
Até um tempo atrás o cenário do espetáculo da vida apresentava-se sempre o mesmo jeito, nada de improvisos, nenhum vaso quebrado, nada fora do lugar. Sentia-me confortável em representar o papel que escolhi ou que me foi imposto "já não sei mais"
Um belo dia chego para mais uma apresentação e eis que na primeira fila está você, meio tímido quando viu que te encarei sorriu com os olhos.
Fiquei totalmente desestruturada, acredito que fui falando aos tropeços, como é peculiar aqueles que são pegos de surpresa fazendo algo errado.
Voltei para o camarim, sentei-me na cadeira pousei minha cabeça sobre os braços que estavam dobrados sobre a bancada e chorei...
Neguei, neguei muitas vozes que o que estava sentindo, quanto mais eu negava, mais eu internamente dizia que te queria.
A situação é difícil, tantas curvas nesse rio que se colocou em minha vida, tantas pedras jogadas em meu caminho, tantas nuvens em um céu quase totalmente azul...
Não a razão me diz, a sensatez diz que é impossível, mas o coração implora.
Tudo tão rápido? Como pode? Em um simples espetáculo como outro qualquer, acabo descobrindo...
Que quero ser tua mulher.
Helena Cristina Buarque
Ótima criação! - Parabéns, Helena! - Abração
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