"FOLHAS DE OUTUNO"
06.70 - DELETE-ME
Conde
Evanil Armelin 03julho2011
Delete-me por favor!
Faça de conta que virei as costas
e parti.
Em seu PC não cabe o meu calor
Delete-me, finja que morri.
Encaminhe minhas coisas pra lixeira
Como uma estrela que se apaga
Sem deixar rastro e nem poeira
Entregando à sorte sua saga.
Faça de conta que o lixo tomou o HD
E é preciso urgentemente torna-la vazia
Espaço neutro entre eu e você
É só um disco rígido e uma placa fria.
As coisas que ali aqueceram a memoria
Numa explosão de bites de encantamento
Hoje é lixo que ocupa espaço já sem estória
Que atrapalha a máquina no processamento.
O E-mail é um endereço de chegada
Que traz lembrança ou mensagem
Não há porque deixar a maquina travada
Acumulando coisas que hoje são bobagens.
Faça como uma estrela quando se apaga
Para ali surgir um buraco negro,
É um condutor para sair da galáxia
Entrar em outra e criar novo segredo.
Se o espaço sideral é infinito
Sem passado nem presente pra pensar
Coloque no HD novas emoções,
Que ficará mais bonito
Ou um astro novo lhe trará mais inspirações.
Delete-me como se apaga uma estrela
Delete-me como se apaga a luz do quarto
Limpe tua dispensa antes de ir a feira
Renove seu estoque para deixa-lo mais farto.
Ficarei com as recordações que encantaram minha vida
Que foram ofertadas pelo universo e foram tantas.
Ficará você deitada nos braços que são as preferidas
alegrias e prazeres do “Panela do Samba”.
Delete-me ao vibrar o som grave da percussão
Tirando-me da memoria ao repique de um pandeiro
Deixe-se vibrar nos baços do sambista, sua paixão
Par que lhe beije e lhe abrace o tempo inteiro.
Conde
Evanil Armelin 03julho2011
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