
Ana, muito contente,
sorriso de adolescente
um grande sonho irá realizar.
Tanto pediu, tanto implorou,
que o seu pai autorizou.
Então, sua mãe pôs-se a preparar
um maravilhoso jantar.
__Ora, menina!_ disse Kaká.
__Quem virá nos visitar?
__Não imagina, não faz ideia?
__Vê se consegue adivinhar...
__Ora, eu não consigo!
_ E vê se para de me enrolar.
__Diz cá pro mano: _Qual é o plano?
__Vê se me deixa participar!
__Tá bom, maninho, se aquiete,
que agora vou lhe contar:
_papai deixou, mamãe também;
quem vem nos visitar é o meu bem.
__Não acredito! _Cai na real;
papai nem conhece o tal!
__Isso eu sei, mas não faz mal,
agora pare de me amolar,
está na hora de eu me arrumar.
A mesa posta, maior capricho.
Tudo foi feito pra agradar.
Henrique chega meio acanhado,
cabelo em pé, desalinhado.
O pai repara, a mãe também,
mas ninguém fala. Está tudo bem.
Ana faz as apresentações, Henrique se assenta.
Não tem assunto pra conversar.
Olhar que vem, olhar que vai...
A mãe os chama: _Vamos jantar?
O pai se assenta logo à mesa
ali fica a observar...
Henrique engole, sem mastigar.
O pai de Ana, cara amarrada,
puxa conversa, pra agradar.
Porém, Henrique mal responde
Só na comida a se interessar.
Tem pouco bife... pensou o pai.
Se eu puxo assunto e ele conversa,
comerá menos e sobrará...
__Você tem mãe?
__Nem pai.
__Morreu de que?
__De repente.
De boca aberta, sem mais falar,
o pai de Ana se levantou.
A mãe olhou e se ofendeu.
Mas o que ela não percebeu,
é que o coitado do seu Tadeu
estava triste e acabrunhado.
Kaká olhou pro tal cunhado,
com cara de bobo e esfomeado...
Disse pra Ana ao seu ouvido:
__Coitado do Seu Tadeu...
Não sabe a fria em que a filha se meteu.
A pobre Ana se enrubesceu,
mas seu amor era tão grande
que nem ligou pro que aconteceu.
Após o jantar, foi com Henrique passear.
De mãos dadas, olhando a lua,
seu corpo todo se estremeceu.
E um beijo terno e apaixonado
foi o melhor que na noite aconteceu.
Sandra Lamego
Bela criação! - Parabéns, Sandra! - Abração
ResponderExcluir