quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O RASTRO BRANCO DE UMA HÉLICE





Vozes no silêncio da noite afagaram os meus ouvidos
Eram os meus ascendentes chorando a pátria distante
Falaram de suas terras deixadas sem destino
De uma colheita sem realizar...
Querem voltar...
Para rever os parreirais
Manchas vermelhas nas camisas
De sangue e de vinho sangrando na saída
Choro de mulheres com crianças na barriga


Contaram sobre uma época
Quando aportaram nas águas verdes do Brasil
Percorrendo os confins de Treviso
 Para ganhar o mar azul saindo de Nápoles
Na busca de ilusões sonhos e conquistas
O navio trouxe pessoas e à alma da família


O tempo passou... Passou... Passou...
Estou voltando com as cinzas do passado...
Dos homens e mulheres...
Que sentiram as sensações de outrora...
Em uma terra de sonhos...


Mar revolto... Velhas canções...
Na passagem por águas e terras africanas
No começo de velho continente
Deixo cair um pouco de nuvem cinza no oceano
Guardadas em velhas garrafas de vinho
Para recordar o caminho
Daqueles que por ali passaram em vida


É o fim de um verão
Em um colóquio de sentimentos
No Transatlântico branco Europeu
Percorrendo o caminho inverso
De águas aquecidas pelos sonhos no oceano


Parti do porto esperança
Do universo de minha vida
Correu uma lágrima na face sonhadora
Fiquei angustiado na saída...
Mas com uma vontade imensa de chegar...
Para as cinzas espalhar
No seio e no cio da terra onde nasceram


Replantei a semente dos velhos capitães...
Na terra dos antepassados...

Antonio Giuseppe Gasparotto Vendramini Secondo Di Treviso

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