CRIANÇAS ESCRAVIZADAS
"Pensem nas crianças
mudas telepáticas."
"A rosa de Hiroshima"
Vinícius de Morais
Crianças pálidas, tristes, mudas, surdas
aos apelos do mundo, esquálidas, inocentes,
autômatas, numa servidão incondicional,
num regime feudal, sem descanso, nem canto,
num trabalho escravo, incessante, duro,
constante, a ferir-lhe as pequeninas mãos,
a alma cálida e o coração sofrido...
Crianças tão mansas, dóceis, frágeis e
ingênuas, tornam-se apáticas, de olhos
opacos, pois foge-lhes o brilho vivo do
olhar; tristeza e sofrimento nas faces
estampados apagam o ânimo, consomem
a energia que lhes dá as atitudes tão
irrequietas e as peraltices sempre alegres.
Crianças torturadas, esfomeadas, não
brincam, não pulam, não riem, não se alegram;
crianças infelizes, sem esperança, sem sonhos,
sem porvir; crianças caladas, desamparadas,
nem sabem sequer pedir; crianças delicadas,
neste mundo simplesmente jogadas, nada mais!
Eunice Rodrigues de Pontes
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