segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vitória por si mesma





Eu era pra ser Juliana, mais não vim nem como Ana. Já pensaram que seria Maria, Maria Mariana. Gostavam mesmo de Amanda, mais eu era pra ser Juliana. Nesse mundão de coisas, meus pais nem sabiam como eu seria, meus pais acho que nem me queriam. Só que ao passar do tempo, que eles se acostumaram com a certa ideia de ter um filho, procuraram características para acentuar. Eu cresci aprendendo o que eles aprendiam, ia crescer com nome Laura, Laura Laurinha. Mais nem isso. Não sei o que eles me ensinaram que não empinar pipa. Lá queriam saber de qualidade de vida, lá queriam saber de nada. Grande eu, louca ex Juliana, nunca fui ex, já que nunca me chamei. Já bem dotada, mansinha, sem piadas, no meio de tantas coisas, de tantos erros que eu cometi que já não importava mais, eu só vivi pra ser feliz. Não fui Ana, nem Maria, nem Maria Mariana, nem Laurinha muito menos Juliana. Eu fui e sou Vitória. E até hoje dou risada do por que. Em meio de tantos nomes e infelicidades do tempo dos meus pais, eles decidiram que o neném que abitava aquela barriga seria a coisa mais grandiosa. Não podia ser Juliana, Amanda, Ana, Maria ou Mariana. Não podia ser A Laurinha. Só restou eu ser A Vitória, a Vitória dos meus pais.

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