EVASÃO
CARMO VASCONCELOS
No silêncio e na paz da natureza,
de toda a sensação eu me desligo,
extasiando-me apenas na beleza
deste divino mundo onde me abrigo.
Mergulhada no verde onde me deito,
sou pedra, folha morta abandonada,
e d’alma em evasão eu me deleito,
por ser no todo imenso um quase nada.
E é neste bem-estar doce em quietude,
que, saudosa, relembro a mansuetude
o sacrossanto lar primevo e antigo…
Basto-me do ar que sorvo e está comigo,
e qual erva que símplice brotou,
nada mais quero ou peço… Apenas sou!
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Lisboa/Portugal
30/Julho/2011
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