sexta-feira, 12 de agosto de 2011

EVASÃO




EVASÃO
CARMO VASCONCELOS


No silêncio e na paz da natureza,
de toda a sensação eu me desligo,
extasiando-me apenas na beleza
deste divino mundo onde me abrigo.

Mergulhada no verde onde me deito,
sou pedra, folha morta abandonada,
e d’alma em evasão eu me deleito,
por ser no todo imenso um quase nada.

E é neste bem-estar doce em quietude,
que, saudosa, relembro a mansuetude
o sacrossanto lar primevo e antigo…

Basto-me do ar que sorvo e está comigo,
e qual erva que símplice brotou,
nada mais quero ou peço… Apenas sou!

***
Lisboa/Portugal
30/Julho/2011
***

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O PORTAL DO POETA BRASILEIRO AGRADECE SEU COMENTÁRIO!