quinta-feira, 30 de outubro de 2025

 

Em busca da PAZ

Amélia Luz

 

E a PAZ soberana

Encontrando vazia

A mão do menino

Que fugia da sua terra

Pelas águas do Mediterrâneo

Aconchegou, fazendo o seu ninho

Ao perceber que aquele menino

Não mais vivia, liberto das dores

Deste mundo hostil de guerras e dores.

Da África saqueada trazia

Recordações e sofrimentos.

Trazia a fome, o desabrigo,

E a desproteção em uma sociedade

Pelos horrores da guerra cruel.

Nada compreendia na sua ingenuidade

E fugia, fugia na força das ondas

Tentando alcançar a suposta liberdade.

Sim, foi liberto, pela morte foi liberto...

Na sua face sua mãe depositou o último beijo

Antes de lançar o seu corpinho magro

Nas profundezas do mar.

Foi quando veio a PAZ

Estendendo sobre ele o manto

Da eternidade recolhendo a sua alma.

A mãe/mulher, negra e forte,

Choramingou em oração do seu povo

Clamando em silêncio por JUSTIÇA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O PORTAL DO POETA BRASILEIRO AGRADECE SEU COMENTÁRIO!