Em busca da PAZ
Amélia Luz
E a PAZ soberana
Encontrando vazia
A mão do menino
Que fugia da sua terra
Pelas águas do Mediterrâneo
Aconchegou, fazendo o seu ninho
Ao perceber que aquele menino
Não mais vivia, liberto das dores
Deste mundo hostil de guerras e dores.
Da África saqueada trazia
Recordações e sofrimentos.
Trazia a fome, o desabrigo,
E a desproteção em uma sociedade
Pelos horrores da guerra cruel.
Nada compreendia na sua ingenuidade
E fugia, fugia na força das ondas
Tentando alcançar a suposta liberdade.
Sim, foi liberto, pela morte foi liberto...
Na sua face sua mãe depositou o último beijo
Antes de lançar o seu corpinho magro
Nas profundezas do mar.
Foi quando veio a PAZ
Estendendo sobre ele o manto
Da eternidade recolhendo a sua alma.
A mãe/mulher, negra e forte,
Choramingou em oração do seu povo
Clamando em silêncio por JUSTIÇA.
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