terça-feira, 28 de setembro de 2010

OBJETAL

Joaquim Moncks

Tentei o palavrão:
melhor o tivesse dito,
talvez assim esmorecesse um pouco
nesta luta pela poesia-maior.
Não ao escrevinhado ingênuo que rabisco com fé.
Algo do meu tempo que some,
fio fino de sangue no canto da boca,
após a bofetada.
Alcides Maya, Augusto, Cecília, Murilo, Elliot,
de pé, tumba acima,
campa sem flores, acenam-me
preocupações morféticas.

Genuflexo, alma composta,
a olhar meu Cristo-morto,
permaneço.

– Do livro FORÇA CENTRÍFUGA. Porto Alegre: ed. Porto Alegre, 2ª ed., 1979, p. 59.

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