quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Autoabsolvição




Absolver-se,
Ao final de tudo,
Absorver-se!

Depois de um autoexame minucioso,
Entender os próprios meandros,
Os escondidos cantos,
As derrotas,
As comportas...
Abrir todas as portas,
Esticar bem as cordas!
Sempre com a cabeça aberta,
Para atingir a meta,
De se descobrir,
Ao invés de se cobrir.

Confeccionar a própria bandeira,
Inspirado pela brisa marinheira,
Respeitando os seus signos,
Os cósmicos desígnios.
A diferença:
O único dado que compensa!
A particularidade,
Disfarçada de fragilidade!
Escavar-se,
Conectar-se

À essência,
Ao sumo,
Do interno suco...
Expandindo sempre a consciência,
Para melhor enxergar a estrada.
Tanto a já percorrida,
Como a que está à frente, em forma de subida.
Decorá-las plantando flores,
Simbolizando os ardores,
A magia materializada...

Conseguida através do exercício incansável,
Da criatividade,
Sempre a serviço da sensibilidade,
A base
Das decisões em todas as fases,
Em todos os sismos,
Por sobre os abismos...
Ponte móvel, invisível, elevada,
De tão improvável,
De tão encantada!

De posse dos resultados,
Desse mergulho alucinado,
Por entre as alucinações
E as inquestionáveis sensações,
Sentir nascer na face o esboço de um sorriso,
O desejo inconfessável de um suspiro,
Uma pitada de sadio orgulho,
Por ter construído esse particular mundo.

A absorção
Causada pela autoabsolvição!



Dedico esse texto à amiga
Excelente poetisa
Rosa Serena

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