sábado, 26 de fevereiro de 2011
A voz do silêncio
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Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.
Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Texto: Martha Medeiros.
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A ante-sala do fim!!! - Adorei! - Parabéns, Martha! - Abração
ResponderExcluirSou muito fã de Martha de Medeiros. Em tudo que escreve, ela nos faz entrar no texto e vivê-lo intensamente. O silêncio, por mais que muitas vezes seja a saída, por outras é matador ! Certo isso...
ResponderExcluirAbraços
Charlyane Mirielle