sábado, 2 de abril de 2011

BEM VINDO ROBINSON SALGADO!!!

A toalha




Tínhamos acabado de chegar à minha casa

depois daquele passeio memorável.

O dia estava quente, tão quente como em mercúrio.

Para refrescar o seu corpo sugeri que tomasse um banho.

Resisti-me do lado de fora a contentar-me

apenas com o perfume vaporizado do sabonete

saindo pelas frestas da porta.

Enquanto isso coloquei suas vestes

na máquina para uma lavagem rápida.

pois secariam logo com aquele sol escaldante.

Vislumbrante você saiu do banho enrolada naquela toalha,

cuja cor se perdia em meio à neve.

Seu rosto desenhado por gotas que escorriam

dos cabelos negros e lisos, num corte Chanel, abria um sorriso.

Seus olhos acastanhados e meigos desenhavam seus

sentimentos de amor.

A toalha não era longa e mostrava

seus joelhos arredondados.

Como uma jóia que envolvia seu corpo, a toalha brilhava

um branco que induzia meus olhos em uma dança

que só acontece no espaço na aurora astral.

Seus cabelos foram chacoalhados e as gotas batiam

no meu rosto e perfumavam minha pele.

Toquei em suas mãos e a convidei para dançar

uma música imaginária.

O perfume da sua pele colava na minha pele.

A sala, o quarto se ampliaram e os móveis se afastaram.

Bailamos pelo tempo que o relógio não marcou.

Apenas surgiram estelas.

No ritmo de bailarinos em meio à luz

da lua a toalha caiu.

 
 

Como “feitiço de Áquila”




Apertei os olhos

como quem não queria ver.

Mas na penumbra das pálpebras apareceu

uma imagem que me faria mudar.



Como num toque de tecla,

ela apareceu vestida de seda branca

que ofuscava minha visão, como

o estilhaçar de um flash na neve

numa manhã de sol.



Minha pele arrepiava-se com os

passos dela em minha direção.



Quanto mais perto ela chegava,

mais eu me transformava

entre dúvidas e medos.



Cruzamos olhares e senti seu

Perfume penetrar ás minhas narinas

Como o ar que me energiza ao respirar.



De repente o que eu estava sentindo,

aumentava a cada pulsação.

Sim, eu estava amando.



A minha vontade de estar perto dela

crescia mais a cada vez que eu escutava

Sua voz.



Ela também me dizia seus sentimentos

e descrevia seus medos como que

aquela sensação, não fora a

primeira vez a ser trazida.



A suavidade de suas mãos,

tornava polidas, as minhas já ásperas.



Seu sorriso conduzia suas palavras

Como o flutuar de pétalas ao ar.



Mas sem que percebêssemos

sombras vividas

tiraram os brilhos dos nossos

rostos.

A distância não conhecida mostrou-se

Vivente entre nossos corpos.



Os medos então vencendo alimentados

pelas sombras.



Não sinto mais seu perfume.

Não vejo mais o brilho de seus olhos

Meus olhos são ofuscados

pelo calor do sol.



O flash que reflete na neve,

estilhaça meu corpo e

congela meus sonhos.



O compassar do meu peito já

não mais se ouve onde

meu amor passeia.



Minhas pálpebras se abrem a sua procura.



Eu vou te achar, meu amor.

Murmura meu coração.


Robinson Salgado

4 comentários:

  1. Seja muito bem vindo meu poeta e amigo querido Roby. Que esta seja a primeira de muitas e muitas postagens. Beijos

    Teresa Azevedo
    www.teresaazevedo.prosaeverso.net

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  2. Bem vindo,Robinson!!! Receba o carinho de todos nós que fazemos o PORTAL DO POETA BRASILEIRO!!! Aline Romariz

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  3. Seja bem vindo!! E Viva a Poesia!!!
    carinho,
    Nina.

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