Tínhamos acabado de chegar à minha casa
depois daquele passeio memorável.
O dia estava quente, tão quente como em mercúrio.
Para refrescar o seu corpo sugeri que tomasse um banho.
Resisti-me do lado de fora a contentar-me
apenas com o perfume vaporizado do sabonete
saindo pelas frestas da porta.
Enquanto isso coloquei suas vestes
na máquina para uma lavagem rápida.
pois secariam logo com aquele sol escaldante.
Vislumbrante você saiu do banho enrolada naquela toalha,
cuja cor se perdia em meio à neve.
Seu rosto desenhado por gotas que escorriam
dos cabelos negros e lisos, num corte Chanel, abria um sorriso.
Seus olhos acastanhados e meigos desenhavam seus
sentimentos de amor.
A toalha não era longa e mostrava
seus joelhos arredondados.
Como uma jóia que envolvia seu corpo, a toalha brilhava
um branco que induzia meus olhos em uma dança
que só acontece no espaço na aurora astral.
Seus cabelos foram chacoalhados e as gotas batiam
no meu rosto e perfumavam minha pele.
Toquei em suas mãos e a convidei para dançar
uma música imaginária.
O perfume da sua pele colava na minha pele.
A sala, o quarto se ampliaram e os móveis se afastaram.
Bailamos pelo tempo que o relógio não marcou.
Apenas surgiram estelas.
No ritmo de bailarinos em meio à luz
da lua a toalha caiu.
Como “feitiço de Áquila”
Apertei os olhos
como quem não queria ver.
Mas na penumbra das pálpebras apareceu
uma imagem que me faria mudar.
Como num toque de tecla,
ela apareceu vestida de seda branca
que ofuscava minha visão, como
o estilhaçar de um flash na neve
numa manhã de sol.
Minha pele arrepiava-se com os
passos dela em minha direção.
Quanto mais perto ela chegava,
mais eu me transformava
entre dúvidas e medos.
Cruzamos olhares e senti seu
Perfume penetrar ás minhas narinas
Como o ar que me energiza ao respirar.
De repente o que eu estava sentindo,
aumentava a cada pulsação.
Sim, eu estava amando.
A minha vontade de estar perto dela
crescia mais a cada vez que eu escutava
Sua voz.
Ela também me dizia seus sentimentos
e descrevia seus medos como que
aquela sensação, não fora a
primeira vez a ser trazida.
A suavidade de suas mãos,
tornava polidas, as minhas já ásperas.
Seu sorriso conduzia suas palavras
Como o flutuar de pétalas ao ar.
Mas sem que percebêssemos
sombras vividas
tiraram os brilhos dos nossos
rostos.
A distância não conhecida mostrou-se
Vivente entre nossos corpos.
Os medos então vencendo alimentados
pelas sombras.
Não sinto mais seu perfume.
Não vejo mais o brilho de seus olhos
Meus olhos são ofuscados
pelo calor do sol.
O flash que reflete na neve,
estilhaça meu corpo e
congela meus sonhos.
O compassar do meu peito já
não mais se ouve onde
meu amor passeia.
Minhas pálpebras se abrem a sua procura.
Eu vou te achar, meu amor.
Murmura meu coração.
Robinson Salgado
Seja muito bem vindo meu poeta e amigo querido Roby. Que esta seja a primeira de muitas e muitas postagens. Beijos
ResponderExcluirTeresa Azevedo
www.teresaazevedo.prosaeverso.net
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBem vindo,Robinson!!! Receba o carinho de todos nós que fazemos o PORTAL DO POETA BRASILEIRO!!! Aline Romariz
ResponderExcluirSeja bem vindo!! E Viva a Poesia!!!
ResponderExcluircarinho,
Nina.