sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Com a palavra: Benevides Garcia!!
Texto de Benevides na ocasião em que foi homenageado no V Sarau do PORTAL DO POETA BRASILEIRO EM CAMPINAS ( 08/08 )
“Estou precisando/ Urgentemente/Marcar um encontro.../
Limpar gavetas,/Espanar o pó.../Dar asas à imaginação/E
fugir da solidão.../Olhar mais as estrelas/E encantar com
as flores.../Sentir mais o vento/E ouvir as coisas que a
vida apresenta/No cenário de várias formas/E de múltiplas
cores.../Preciso marcar um encontro/Que não seja breve/
Mas duradouro/E que me leve/Qual pluma doce e leve/De
encontro/A mim mesmo...”
(in “Encontro” – Vinhedo, 17/2/2008)
Queridas Amigas – Queridos Amigos!
Não faz muito tempo que, efetivamente conheci o Portal
do Poeta Brasileiro. Antes, em 2010, já havia participado
de uma Antologia, na cidade de Salto, onde tivemos nosso
primeiro contato. E assim em pouco tempo, laços de
amizade , de cumplicidade nos sentimentos da palavra-
poesia, foram se estreitando e aqui estamos nós, nesta
noite deliciosa, rodeado de amigos e de poetas, que,
indubitavelmente já fazem morada no coração da gente...
Diz Ferreira Gullar que é preciso inventar a arte porque a
vida não basta... E o que é a vida?...
“Minha vida/Restos inúteis/Das madrugadas sem lua/
Instantes perdidos/Cantinhos de tristeza, incerteza.../Minha
vida/Caminho sem luz/Sol sem calor/Tarde que morre/Sem
encontrar o amor...”
(in Minha Vida – Ipuã, 27/5/1968)
A vida - seria a preocupação com a palavra?
1
“Pioneiros que buscam sussurros de paz/que em cinzas de
guerra/Contemplam o silêncio/Parti à procura/Da palavra
mais pura/Enquanto é tempo/No instante pequeno/Acelerai
os ânimos em precoces palavras/Pioneiros do mundo/Em
busca de paz!”
(in “Precoces Palavras”, Ipuã, 03/6/1968)
Ou, nos longos anos de escuridão, o canhão querendo
esmagar a palavra?
“Eu queria que o mundo/Não fosse assim tão imundo/E que
desse calma ao meu viver.../Tal sonho seria/De luzes, de
cores/Eternos amores/Um nunca morrer.../Eu queria que
gestos de amor/Mostrassem o valor de um mundo assim:/
Um mundo sereno/Tão calmo e ameno/Um mundo de
sonhos/Meu mundo, enfim!”
(in “Meu Mundo”, Ipuã, 13/7/1970)
Ou, simplesmente a vida tem sido em todos esses tempos
uma incessante busca... às vezes, silenciosa, inexplicável,
misteriosa... E todo esse tempo se tem procurado por meio
de palavras, versos e canções... E não há explicações, eis
que “quem escreve para explicar ergue muralhas em torno
de si. Nem sempre uma pedra no meio do caminho é uma
pedra. Mas será sempre uma oportunidade de mudar e
fazer o novo: a literatura que se busca a cada palavra em
sangue deitada no papel em branco. Viver, creiam, ainda é
a arte de sentir e não há razão para mais nada. E mesmo
que se diga tudo que se possa ouvir, a poesia sempre dirá
mais. E já não será sua. E o poema terá cumprido sua
sina...”
2
“Pelos caminhos da noite/Em vão busco a mim mesmo/
Dentro deste que hoje sou/entre espinhos que ora vejo/
À beira dessa longa estrada/De rosas outrora enfeitada.../
Neste caminho tristonho/Povoado de vultos estranhos/
Embalde procuro minha sombra/ Naquele que um dia fui/
Neste que não sou mais...”
(in “Tempo” – Vinhedo, 15/12/2007)
No começo pensava que escrever era colocar no papel
palavras difíceis, complicadas... Não me perguntem o
sentido. Faz tanto tempo que já nem lembro mais... 3 de
junho de 1968:
“Nos anseios da espera/Apenas vozes sussurram/Em
palingenesias pansofias pantagruélicas/Promessas
proibidas...”
Mas um pouco antes, o simples, o direto ia bem
melhor: “No coração de alguém/Sou apenas ninguém/
Chorando, amando/Solitário esperando/A solidão que não
vai/O Amor que não vem...”
(in Balada da Esperança – Ipuã, 15/11/1966)
E assim já se passou quase meio século de procuras, de
esperanças, de solidão. A vida em busca do amor, ora em
versos simples, rima pobre, mas envolta num sentimento
imenso, coração a mil, ora brotando como um grito que
canta sutilmente com a ternura que chega:
“Mudei meu retrato/Mudei minha cara/Na esperança de
3
ficar mais moço/Vivendo neste calabouço/De solidão sem
fim/Espero que assim/Um dia possa ser/Como a poesia que
diz:/’Eu não tenho nada,/Mas rouxinóis gorgolejam versos
na calçada/É assim que se começa a ser feliz!...’”
(in “Cara de Poeta” – Vinhedo – 14/2/2008)
Muito obrigado!
Benevides Garcia
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QUERIDO POETA BENEVIDES GARCIA:
ResponderExcluirSEI DA SUA EMOÇÃO PORQUE TAMBÉM A SENTI.
NO DIA SEGUINTE, ESCREVI AO PORTAL.
Agradecimentos ao Portal do Poeta Brasileiro pelas homenagens que recebi!
Continuo vivendo as belas emoções a mim proporcionadas e que serão eternas.
Jamais poderia imaginar que um dia receberia tanto carinho!
Quando pensava que as homenagens haviam terminado, começavam novamente!
Hoje ao acordar, pensei que estivesse em devaneio, sensação de que teria sonhado.
Em nome de Aline Romariz e Teresa Azevedo, meus agradecimentos à todos do Portal do Poeta Brasileiro! Aos declamadores (as) das minhas poesias e dos fragmentos poéticos muito obrigada!
Agradeço aos e mails que recebi de todos os confrades do Portal do Poeta Brasileiro!
O acontecimento foi um marco em minha vida e espero aplaudir outros poetas vivos, que como eu terão oportunidade de sentir as mesmas gratas emoções.
Meus agradecimentos à todas as pessoas presentes e aos artistas participantes que a todos encantaram com suas artes.
PORTANTO, QUERIDO POETA BENEVIDES GARCIA, SEI DA SUA SINCERA EMOÇÃO!
A VOCÊS DO PORTAL, SEREI ETERNAMENTE GRATA!
Dalva Saudo
Benevides, participei do V sarau e tive a honra de ler um trecho de sua poesia, os teus poemas me encantam, como encantado fiquei naquela noite. Grande abraço, sucesso sempre!
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