Após um dia repleto de passeios pela magnífica cidade eterna, voltamos ao nosso hotel e combinamos um jantar a italiana. Chegamos ao restaurante e o encontramos com muitas pessoas festejando algum acontecimento especial. A noite estava agradabilissima, um burburinho gostoso contagiava o ambiente, era tudo estupendo!
Verificamos o cardápio e escolhemos como “primo piatto”, uma massa, que chegou com um aroma espetacular, deixando nossos olhos e o paladar satisfeitos e com uma ansiedade em saboreá-la, provocando uma salivação borbulhante, quase explodindo nos dentes.
O resultado não foi outro, excelente, coisa que somente “aquela gente” sabe fazer, o vinho escolhido foi um belo “rosso” da região Piemontês, que estava perfeito.
Durante a conversa do que iríamos fazer no dia seguinte, sorvíamos goles saborosos do precioso liquido, fazendo à apologia ao “Dionísio”, o Deus do Vinho, que sem duvida, estava presente, nos inspirando embalando e elevando o pensamento para as coisas belas da vida.
Ficamos imaginando como teria sido a sua preparação, imaginado aqueles vinhedos adorados pelos amantes da bebida, era o “Dionísio continuando a nos motivar para o assunto.
Durante o jantar, planejamos conhecer no dia seguinte, a “Fontana Di Trevi”, porque na viagem anterior, escapou a oportunidade, pois acabamos escolhendo conhecer Nápoles, Pompéia e a Ilha de Capri.
Saímos com aqueles apetrechos de turistas (máquina fotográfica, óculos de sol, mapas etc.) em direção ao combinado e traçado na noite anterior.
Os caminhos percorridos foram aqueles que mais gostamos, “metendo as caras”, ou seja, a pé, de metrô, ônibus, nada rotulado, falando um pouco de italiano, inglês e jogando umas frases em português, provocando uma balburdia, mas acabamos sempre nos entendendo com as pessoas.
Percorremos as ruas visitando lugares suntuosos, paisagens delirantes e extasiantes, deixando nossos olhos cheios de vida, um colírio inebriante.
Ao sairmos de uma das praças, nos deparamos com o Pantheon, uma visão fantástica, vimos com admiração, à soberba arquitetura italiana, resistindo ao tempo, e que assim de perpetue. O pensamento nos levava de imediato para dentro, mas os passos, não eram tão largos, porque nossos corpos já estavam cansados, de tanto andar por aquele centro de emoções.
Em seu interior vimos o local onde descansam os heróis da Itália, vigiados pelas estatuas dos Mártires, Santos, Imperadores e Deuses, engalanados por uma mitologia ainda presente na mente das pessoas, que fervorosamente em ato de religiosidade, rezavam em todas as suas dependências.
Saímos com a alma em levitação, onde estávamos? Acho que perto da Fontana, onde fica? Ah, é por ali, “gracie tanti Signori”, e fomos conforme o indicado.
Andamos alguns minutos e percebemos uma verdadeira “Romaria em Roma”, era o caminho da Fontana.
Tratava-se de uma rua estreita, as tradicionais “vielas”, ao caminharmos, notávamos muitas mesas em frente aos restaurantes, com as pessoas deliciando-se com aqueles belos e imensos copos de cerveja.
O calor era convidativo, eu já queria ficar para saborear, mas a vontade de ver a Fontana era imensa, todos falavam “é logo ali”, percebia-se um clima de euforia daquela gente, a qual nos incluiu, parecia uma procissão de arrastando pelo chão.
Tínhamos a informação que o caminho teria que ser pela “Via Del Lavatore”, continuamos, e então, olhamos para uma edificação em autentico estilo romano e visualizamos uma indicação! Era a própria, em nossa pesquisa, soubemos que esse nome foi em razão de existir no passado, uma fonte, onde os romanos da época do império iam lavar as mãos, banharam-se etc., derivando daí, o nome que ostenta até hoje, a “Fontana Di Trevi”
O vozerio aumentava e a via não terminava, de repente, ouvimos alguns palavrões na língua italiana, gente xingando em altos brados, parecia que tinha acontecido alguma tragédia, apertamos o passo para ver do que se tratava, pois a Fontana devia estar logo ali, só faltava dobrar a ultima esquina. Os gritos continuavam, começamos a dar risadas sem saber do que se tratava.
Chegamos lá e o que enxergamos? A Fontana estava sem água! E dentro, algumas pessoas esfregando o piso e retirando as moedas para uma posterior limpeza. Pernachia! Era a palavra que mais ouvíamos. Algumas pessoas estavam decepcionadas, outras inconformadas, outras ainda xingando em seus idiomas, uma vez que a maioria era turista de outros países.
Bom, para não perdermos a viagem, já que a visão não condizia com o clima que nos preparamos para ver, jogamos uma moeda de peso argentino, que estava misturada com as de euros, na Fontana Seca! Todos queriam uma explicação, e então ficamos sabendo que as segundas-feiras é o dia da manutenção geral e retirada das moedas (uma grana).
Voltamos pela Via e sentamos em uma daquelas mesas do restaurante, tomamos uma saborosa e espumante cerveja e pedimos um “tira gosto” para acompanhar, depois, um excepcional sorvete. Mas durante os petiscos, programamos voltar no dia seguinte, para ver a Fontana com água. Vagarosamente seguimos a nossa programação da tarde visitando as ruínas do antigo império romano.
No dia seguinte, a alegria foi contagiante, muitas pessoas no local, os flashes das maquinas espocavam sem parar, registrando aquela impressionante beleza. Fizemos os nossos pedidos pensando sempre na família e jogamos moedas de euros, obedecendo àquele ritual conhecido
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