terça-feira, 29 de novembro de 2011

07.22 - HORAS MORTAS

HORAS MORTAS

Ontem, como a um escravo
que calado segue ao seu senhor
O meu coração sem personalidade
se prendeu nas celas do amor.

Tão terrível como o negrume da noite
Em que assola a grande tempestade
ninguém  pode saber como
Irão ficar os restos, se serão cacos
Ou lembranças cheias de saudade!

As vezes esta tempestade passa
Como um facho de luz no céu
Outras vezes esta tempestade arrasa
Varrendo almas, matando-as a granel.
           
O meu coração – relógio de cordas fracas
De tanto marcar as horas de minha dor
Gastou a tarraxa ao entoar as matracas
 marcando o tempo, esperando esse amor.

As horas que deveriam  passar lentas, voaram
quebrando as resistências do meu peito.
Quais arados que ao sulcarem a terra deixaram
Ferida as esperanças e a saudade de mau jeito.
           
A fidelidade escravagista do meu espirito
Cujo nome de batismo chamou-se coração
Corrompeu-se e abandonou o que tinha de bonito,
para padecer na perdida de uma ilusão.
           
Agora, o que sobra senão a morte
Como a um relógio quebrado.
O que será deste pobre escravo sem sorte
que não pode ser recuperado
que procurou mas não conseguiu ser amado

serei esquecido... abandonado algures
sem destino, sem utilidade, sem horas,
não serei jamais amado, perdido alhures
nos pensamentos por uma senhora.

                                                                                              Conde-Evanil Armelin
                                                                                                     13nov2011
“Fala comigo agora, neste doce momento, suave como a neblina, forte como o vento, para que mesmo distante, eu me sustente deste alento." - “Ana Lima.”

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