terça-feira, 8 de novembro de 2011

Carta, A Quem Interessar Possa!

Dia desses estava conversando com um amigo, Escritor renomado, mas de outro tipo de Literatura, em verdade, Livros Para-Didáticos, e o mesmo me questionou sobre divulgação...
Confesso que eu pensava, estar sozinha com relação à minha opinião sobre divulgação de Poesia no âmbito geral.

Em minha infância mesmo, nunca tive de nenhum professor em sala de aula, incentivo à leitura de nada relativo à isto! O que líamos era tão somente livros de história do Brasil, Geografia, e história geral, mundial. As poucas vezes que fomos incentivados a ler outro tipo de livro, lembro-me já na época do 2º grau, a obrigatoriedade em leitura de José Lins do Rego, José de Alencar, mas tudo por obrigação, não podia ter bons fluidos...

A sorte que eu, sendo filha de pai Professor e mãe Contabilista, fui incentivada desde tenra idade, bem como, todos os meus irmãos, a ler todo o tipo de livro que se possa imaginar...
Comecei com O Meu Pé de Laranja Lima, que meu pai insistia para que eu terminasse logo, para começar outros, como os Romances de Victor Hugo, as Peças de Shakespeare, a filosofia de Platão, Sêneca, Sócrates, e tantos outros que na época, eu bem para falar a verdade, não entendia muito, já que não havia completado nem os 13 anos, e já havia lido, livros de gente grande.

Passados mais de 20 anos, continuo a notar a pouca boa vontade de quem deveria e tem poder para isso, incentivar a leitura de poesia na infância... Nem nas escolas estaduais, tão pouco nas particulares vejo isso acontecer...
Em verdade, sei que há raras exceções, pois tem Professor Super Herói que sozinho e isoladamente, em sala de aula, brinda os pequeninos com a boa literatura poética...

Ainda assim, nesta mesma prosa com meu amigo Escritor, falamos da Mídia atual, que propaga tanta coisa inútil, seja na televisão, no rádio, ou no cinema...
Não se vê por exemplo, uma TV comparecer num Evento de Lançamento de um Novo Escritor de Poemas, tão pouco faz-se propaganda para divulgar, ainda que timidamente o Evento...
Incrível é que o pouco que se ouve falar em poesia, dão mais crédito ao Poeta morto, do que quando o mesmo era vivo... Sei de tantos ótimos Poetas (que não mencionarei o nome) em respeito à sua memória e a sua família, que em vida, não teve os louros do sucesso, nem o aplauso dos ditos "Críticos Literários"... Mas basta-se o morto ser enterrado para virar Mito!

Em verdade meus amigos, minha voz é pequena, diante da grandeza do poder alheio.
Esta carta é só um desabafo, de uma Escritora solitária, que escreve desde os 09 anos, mas que nunca teve incentivo financeiro de nenhum tipo, nem de Editoras, nem de Agentes Literários, nem da poderosa e fria Mídia!

O que gostaria, é que todos tivessem bom senso, e que em posse de nossa VOZ, essa íntima e poderosa, não nos calemos, quando somos bombardeados por tantas notícias deploráveis e por tantas mídias descartáveis, que muitas vezes são o lixo do lixo e que de fato, podemos trocar de canal, não comprar a Revista ou o Jornal, mas lembremos que as crianças, essas formadoras de opinião do futuro, tem olhos e ouvidos muito abertos, e lêem e assistem coisas, sem o discernimento da maturidade, mas com a inteligência e perspicácia únicas, que lhes formarão a síntese de suas escolhas e de seu caráter na posteridade...

Um brinde à poesia, ainda que em goles mínimos, insisto em beber deste néctar... E vos ofereço sempre, através de meus livros... Tim Tim mundo! Eu vivo!

(Crônica de: Márcia Cristina Lio Magalhães)



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