sábado, 5 de novembro de 2011

Lamento e Amor - poesias de Eunice R. de Pontes


Lamento

Saudade, triste lamento
de quem ficou só, no pensamento.
Ansiedade, a alma invade,
transforma-se em tormento.
Aquele nosso doce momento,
tão longe, para trás ficou.
A lua, num terno fomento,
acalanta o sonho que não vingou.
Tua imagem, feito miragem,
momento risonho recriou.

Eunice R. de Pontes




Amor

"Amor é dado de graça, é semeado
no vento, na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários".
(As sem razões do amor)
Drummond

Amor, em meu peito sobejas;
amor, em minhas veias latejas;
amor, por que te vejo assim,
sempre em lampejos de dor?

Amor, todo meu ser invades;
amor, em mim ardes;
amor, minha emoção calas
e em meu coração te instalas.

Amor, pulsas forte, a contento;
amor, vens brando, como o vento;
outras vezes chegas feito um
temporal, assolas o meu normal.

Amor, sentimento sem igual;
amor, vens manso numa nau,
num doce remanso a navegar
nas águas do meu prantear.

Amor, será pura fantasia,
toda essa imensa agonia,
a agitar minhas entranhas
por tantas veredas estranhas?

Amor, qual o fim de todo amante,
a sofrer por um bem querer,
a volver, sempre errante,
por caminho tão distante?

Amor, tal qual roseiral ao vento
balança o peito de um jeito especial.
Amor, vendaval de imenso furor,
revolve sentimentos com forte fervor.

Amor, doce e suave canção,
tornas-te amarga ilusão; turvas
toda visão daquele que em ti se
perde e se encontra sem razão.

Eunice Rodrigues de Pontes

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