terça-feira, 16 de outubro de 2012

O grito que não dei










 O grito que não dei
 
Queria tanto gritar, para você me escutar, porém
a emoção calou-me a voz no tripudiado coração.
Queria gritar, gritar aos quatro ventos,
porém o sentimento, tão judiado, emudeceu,
ficou preso, calado no peito coeso.
 
Quanto tormento, quanta dor, apesar de tanto amor!
Calou-me a voz na garganta, acabou-se o sonho,
soçobrou a alvissareira esperança; só sobrou o
espanto ao perceber que toda aquela ilusão
que eu tinha, era somente minha.
 
Desfez-se o encanto, caiu a cortina da dura
e triste realidade; quanta ingenuidade!
A alma, antes tão calma, agitou-se, debateu-se,
mas por fim serenou, aquietou-se em mim;
aquele doce acalanto desapareceu enfim.

Eunice Rodrigues de Pontes

2 comentários:

  1. Cara amiga Teresa,
    fico-lhe, mais uma vez, muito grata pela gentileza de postar minha poesia.
    Um grande abraço
    Eunice Rodrigues de Pontes

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  2. Querida Eunice, não tem de que agradecer. Fique sempre a vontade.
    Abraço

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