segunda-feira, 19 de maio de 2014

Alma dos apaixonados






A inexatidão dos sentidos
Devora a alma do apaixonado.
Num preâmbulo de inquietude
Desabam-se suas emoções.
O olhar para o além,
Inerte e incandescente, se faz.
A visão do que é impossível de
Se enxergar lhe é companhia.
Ele se rebela e exaspera contra tudo
E contra todos que o contestam.
Afinal, quem pode sentir como ele
Tal intensidade de sentimentos?
Quem mais além dele pode vislumbrar
A beleza que lhe é tão plena?
Como pode alguém dizer “não”
A algo tão grandioso e inusitado?
Submerso está o raciocínio lógico
Nos oceanos de afeição devota.
Um mundo paralelo passa a existir
E ele é o único que importa.
Cujas cores são tão vivas, os ares refrescantes,
Os caminhos são algodoados e róseos.
Pode-se nele ouvir o som dos anjos.
E no centro de tal mundo existe um soberano:
A pessoa amada.
Seus olhos são iluminados como os raios de sol
Que refletem o sereno nas relvas,
Seu corpo é convidativo de ser visto, é como um arco-íris.
E capaz de aquecer como o sol
E envolver como as peles felinas.
Eita abraço bendito é o de tal ser!
Lábios de deliciosa textura e sabor.
Suas palavras são as mais meigas e aprazíveis,
Só o vento negro dos desalmados
Quebra de gelo tal esplendor.


Texto de Teresa Azevedo extraído do livro “Faíscas da paixão” que pode ser adquirido no site www.clubedeautores.com.br


Ilustração de Frank Xavier Leyendecker – ilustrador americano que viveu de January 19, 1876 – April 18, 1924

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