A inexatidão dos sentidos
Devora a alma do apaixonado.
Num preâmbulo de inquietude
Desabam-se suas emoções.
O olhar para o além,
Inerte e incandescente, se faz.
A visão do que é impossível de
Se enxergar lhe é companhia.
Ele se rebela e exaspera contra tudo
E contra todos que o contestam.
Afinal, quem pode sentir como ele
Tal intensidade de sentimentos?
Quem mais além dele pode vislumbrar
A beleza que lhe é tão plena?
Como pode alguém dizer “não”
A algo tão grandioso e inusitado?
Submerso está o raciocínio lógico
Nos oceanos de afeição devota.
Um mundo paralelo passa a existir
E ele é o único que importa.
Cujas cores são tão vivas, os ares refrescantes,
Os caminhos são algodoados e róseos.
Pode-se nele ouvir o som dos anjos.
E no centro de tal mundo existe um soberano:
A pessoa amada.
Seus olhos são iluminados como os raios de sol
Que refletem o sereno nas relvas,
Seu corpo é convidativo de ser visto, é como um arco-íris.
E capaz de aquecer como o sol
E envolver como as peles felinas.
Eita abraço bendito é o de tal ser!
Lábios de deliciosa textura e sabor.
Suas palavras são as mais meigas e aprazíveis,
Só o vento negro dos desalmados
Quebra de gelo tal esplendor.
Texto de Teresa Azevedo extraído do livro “Faíscas da paixão”
que pode ser adquirido no site www.clubedeautores.com.br
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