quinta-feira, 15 de maio de 2014

Caos declarado



Caos declarado

Retumbam os tambores, impetuosos e ressonantes.
Pela farra, em guerra, amaciam as peles dos batuques.
Projeções côncavas se espalham no ar, negras e obtusas.
Encarnados Romeus e Julietas neomodernistas,
Que gemem em seus coitos e sucumbem ao som dos alaúdes.
Soam as trombetas e os serafins anunciam:
As juras de nada mais valem, não há espaço ou tempo.
Cristalizam-se os homens em estátuas de grosso sal.
Inerte, a natureza é condensada em chamas
E se derrama em mar de estrelas flamejantes.
É o fim! Apieda-se de nós, oh Deus!

Texto de Teresa Azevedo - extraído do livro "Faíscas da Paixão" que pode ser adquirido no site www.clubedeautores.com.br


Tela do pintor francês Alexandre Cabanel, representante do Neoclassicismo Acadêmico. Dedicou-se a assuntos históricos, mitológicos e religiosos. Foi também autor de retratos, paisagens e composições decorativas. Excelente aquarelista

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