quinta-feira, 31 de março de 2011
BOI DO SERTÃO
Cai o fruto da braúna
Cá no lombo desse boi
Boi de sombra boi malhado
Boi baboso e condutor
Só não sai puxando o carro
Porque a rapadura acabou
Na caatinga roda o mato
Só de prosa co’as fulô
Sem porteira é boi danado
Sem capim é boi ladrão
Em Juazeiro é boi santo
De Zebedeu do sertão
Sendo muito é boi manada
Passarada, pasto e peão
Vaqueiro tocando a boiada
O aboio é o seu berrante
Sem que a cacimba dê água
E aplaque o sol delirante
Sendo pouco é boi de roça
Que come a palha dos milhos
Alimentando os dez filhos
Que o sertanejo "agarante"
Na sequidão tão constante
Desenha o luto da sorte
Mira a terra esturricada
Arrodeia a mula magra
É às vezes perde da morte.
NINA ARAÚJO.
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Oi, Nina. Bela poesia da terra. Abçs.
ResponderExcluirMuito bom ler algo assim sobre o nosso sertão.Parabéns Nina! Abraços
ResponderExcluirObrigada Wagner! É um tema que me atrai muito!
ResponderExcluircarinho,
Nina.
Teresa, o nosso sertão é o melhor tema para mim!
ResponderExcluirObrigada!
carinho,
Nina.