FOGO-PRESO
Carmo Vasconcelos
Tenho um poema atado na garganta,
Como uma espinha aguda atravessada,
Cingido ao fogo-preso que o não canta,
Hirta a língua, pla verve não largada.
E a mágoa que bebi, por não ser pouca,
Pela afronta, de fel envenenada,
Traz ressaca de gelo à minha boca,
Pela amarga revolta não gritada.
Porém, se ao rubro a mágoa se agiganta,
Deitada ao gelo, breve é desmanchada,
E porque lisa… a pena já não espanta.
E liquefeito o mote, então sustido,
Corre a mágoa na verve deslaçada,
Esvai-se a espinha, e o poema é engolido!
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Lisboa/Portugal
10/07/2011
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Uma criação poética fantástica, um versejar sem igual, parabéns poeta.
ResponderExcluirMuito obrigada, Poeta Vantuilo!
ResponderExcluirFeliz que tenha gostado. Honra-me o seu comentário.
O meu abraço de Portugal
Maria do Carmo