segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dá-me Vinho



                                                                                            Autor: Eliano Almeida Prudente
                         Melhores Poesias - SP. FBN – Rio de Janeiro. reg. Nº 485107








Dá-me vinho,
Peço-vos... Dá-me vinho!

Deixem-me com meus pensamentos,
Não me atordoem mais que o bom vinho!

Percorri mil trajetos, lado a lado com este vinho,
Vi estantes cheias de pecados, e pedaços de mau caminho!

Não é o vinho... Acreditem! Não é o vinho...
É a conspiração destes lábios...

São os beijos de espinhos,
Acautelai-vos rogadores de pragas!

Vós também... Bebedores de vinho...
Ébrios desafortunados, incautos em seus caminhos!

Não vêem que não é o mosto...
A causa dos meus desatinos?

Meu delírio é o pecado que me ronda...
São os seios da minha gazela,
Pomba de plumagem delicada!

Ah, se eu pudesse...

Transformaria sua pele em vestes talares,
Tuas unhas em talheres,
Tuas coxas em altares!

Faria dos teus beijos uma prece,
Dos teus olhos faria um bosque...
Dos teus braços um trono para me assentar!

Dos pés faria duas torres,
Dos olhos, duas jóias para eu usar,
Dos seios, um altar imenso...
Dos cabelos, um teto para me guardar!

E neste Templo divinamente seu...
Só eu para te adorar!

Não é o vinho... Acreditem...! Não é o vinho.




Eliano Almeida Prudente,
São Paulo, 20 de Dezembro de 2009

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