quinta-feira, 30 de setembro de 2010

QUANTO SOFRER

Apagou-se o sorriso, bateu a tristeza
e já não havia mais ternura,
meiguice e enternecer diluíram-se
em meio à névoa do mutismo.
Mas as lágrimas não rompiam os olhos
como se retidas pelo medo de chorar,
então a tempestade desabou
impiedosa sobre o coração,
enquanto uma garra sombria
martelava suas batidas veementes,
sendo impossível segurar a dor.
Ah mágoa inopinada, quanto sofrer
impões em instantes inesperados,
quantas portas se fecham herméticas
ao suave sussurrar da alegria
deixando soberana a amargura.
Quisera amar sem vãos momentos
em que não se pode resistir
às tormentas e às furiosas ondas
que desabam sobre o amor
para quebrar-lhe todo o querer!
São tantas as pedras no caminho,
e removê-las custa uma vida inteira.
Como fere a garra do brusco ódio
que sufoca e corrói sentimentos.

Gilbamar de Oliveira Bezerra

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