quarta-feira, 13 de julho de 2011

Quero distância de mim














Não quero mais essas lágrimas de sangue
Não suporto estar lado a lado, de lado
A convivência comigo já sucumbiu
Ao desesperador limite de não suportar

Não quero mais estar impregnado a mim
Não aceito mais o que digo ou o que penso
Sou oposto ao que me contradigo
Sou torto ao que me vejo correto

Desapegue-se de mim carne vil e operante
Tu sim que me acaba a vida
Nos teus sulcos de vontades
de devaneios, e imperfeições propositais

Não há mais como estar acorrentado
A existência pitoresca e degradante
Longe de mim, preciso me distar
daquilo que vejo turvo no espelho

desespero, sufoco, contradição
afogo-me em busca de ar
derrotado por próprias mãos
o pulso ... inativo

(André Café)

3 comentários:

  1. Parabéns André:

    Lendo a poesia senti a personagem implorando, querendo ser livre como um pássaro na imensidão. Gostei!

    ResponderExcluir
  2. Bem bom André!!! Aline

    ResponderExcluir
  3. Obrigado pessoal pelo reconhecimento nesta minha viagem!

    ResponderExcluir

O PORTAL DO POETA BRASILEIRO AGRADECE SEU COMENTÁRIO!