terça-feira, 3 de janeiro de 2012

À ESPERA


Noite enluarada...
Estrelas cadentes borbulhando
Brisa suave nas ventas
E um destino empolgante à frente
Eta! Determinação danada!
Me move, me deixa matutando...
Meu pensamento à mil; depois, ideias lentas...
Sonho duradouro, face refulgente
Menina-Mulher! Desvairada...
Porquê? Estás me atormentando?
Cobra-de-quatro-ventas
Parece, enfeitiçar-me a mente!
Tento fugir desse desatino
Mas; minha compulsão é inevitável
Sou um fantoche, nas mãos dessa Mulher
Meus pensamentos me atordoam
Nesse turbilhão, perco o Divino...
Fico escravo, da Dona invencível
Tento muito resistir, faço o que puder
É mais forte que eu, o Amor, por essa Mulher!
A luxúria e a obsessão me povoam
Já perdi o meu tino
Não sei mais como vencer, o inexpugnável...
A responsabilidade... acho que vou perder
Meu compromisso, jaz outrora!
O que vou dizer, e agora?
Tomo mais um gole, pras ideias clarear
Bebruçado... Opa! Debruçado no balcão...
Parece que não aguento o timão
Balança de cá, balança de lá...
Crio coragem, pra casa vou... vou chegar
Calambeando... desculpe! Cambaleando, balouçando, eu vou...
Lembre-se, tu não podes oscilar!
Caio de joelhos, e vejo, estendida uma mão
Agarro-a com esforço, levanto; e ela não mais está
Do lado, escuto alguém gritar: ô pileque!
Respondo, que eu não sou moleque!
E minha estrada de novo, vejo em minha vanguarda
Desço a calçada, e direciono-me pro meio da rua
Quando lá chego; percebo bem pertinho...
Chegando de encontro, em alta velocidade
Um ônibus enorme e cruel; é, essa é minha parada!
Bum! Bum! Bum! Pancada crua!
Grito, em desespero! Mais em vão
De repente, noto; que ainda estou vivinho
E de posse de minha integridade
Olho pro lado, e percebo a Dona-Maria-Minha deitada!
Então ela ralha comigo, e mostra-se nua...
Credo! Que pena! Era só um sonho!
Do lado de lá, estava com uma Princesa
E de cá, acordo, com uma Bruxa, roliça e de verruga no nariz
É essa é minha realidade, minha sina, minha cerviz?
Espere um pouco! eu num sou nem casado!
Novamente, num suspiro! acordo...
E agora sim, eu tenho certeza
Tudo não passou de devaneio
Minha namorada, vinha vindo...
Toda magra e esbelta, de cabelos molhados e cheirosos
Que banho demorado!
Neste banco de jardim, eu até adormeci...
Hernandes Leão
Enviado por Hernandes Leão ao site Recanto das Letras, em 14/10/2011
Reeditado em 18/10/2011
Código do texto: T3277242

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O PORTAL DO POETA BRASILEIRO AGRADECE SEU COMENTÁRIO!