Como saber quais são nossos amigos do
computador?
Certamente os temos, e devemos saber identificá-los
e saber
conservar as amizades realmente sinceras...
Ósculos e
amplexos,
Marcial
QUAIS SÃO NOSSOS AMIGOS DO COMPUTADOR
Marcial
Salaverry
Buscando no fundo da memória, podemos lembrar que já houve
tempo em que as pessoas se comunicavam à distancia, através de sinais de fumaça,
ou através de tambores. Aliás, os tambores foram os precursores do Código Morse,
do qual pouca gente atualmente tem conhecimento, ou sequer desconfia quem seja
esse tal de Morse.
Podemos falar de um outro método de comunicação à
distancia que começa a cair em desuso, mas que ainda é muito usado, que são as
cartas e telegramas. Talvez alguns considerem métodos anacrônicos, mas quem não
tem acesso a computadores ainda é obrigado a empregar esse método “archaico” de
se comunicar. E ainda é muito eficaz principalmente quando é preciso haver
confirmação de entrega, ou quando existe algo mais do que palavras para se
enviar.
Atualmente os e-mails substituem as antigas cartas. Existem alguns
inconvenientes, pois nem sempre se pode confiar na seriedade do que recebemos,
pois não existe a famosa assinatura. Aliás, e-mails já podem ser considerados
peças de museu, por causa do "zapzap", e amanhã o que será?
Não podemos
também confiar na certeza de que o destinatário vai receber nosso recado, pois
os provedores muitas vezes “enterram” muitos e-mails, que jamais chegam a seu
destino. Mas... Que fazer? São problemas da alta tecnologia.
Algo, contudo
é indiscutível. O computador através dos e-mails, e dos derivativos chamados
chats, icqs, msns, smartphone, e sei lá mais o que, vem funcionando
espetacularmente no sentido de formar amizades... E inimizades também.
Conseguimos “falar” e até mesmo falar com pessoas dos mais longínquos rincões, e
até mesmo com vizinhos de casa. Acontece até de haver diálogos entre pais e
filhos...E até já conseguimos vere com quem falamos...
Formamos grupos de
amigos, conversamos, trocamos confidências, namoramos e até casamos através da
telinha. São os chamados “amigos sem face”. Conhecemos, e até amamos, sem sequer
ver as feições. Existem as fotos. Mas nunca podemos garantir que sejam
autênticas, até que o conhecimento físico comprove a legitimidade da
foto.
Simplesmente nos sentamos diante do teclado e do monitor, e digitamos o
que nos vai na alma.
Desejamos saber o máximo possível a respeito de nossos
interlocutores, sem, contudo poder ter a certeza da realidade da situação, pois
tudo pode ser ficcional.
Navegando pela Internet, em sites, chats, redes
sociais, procuramos por alguém cuja afinidade possa ser sentida através da
telinha, e assim vamos formando pequenos grupos de amigos, que tem outros
amigos, e assim esses grupos vão se ampliando.
Sem que haja alguma explicação
para isso, encontramos certas afinidades com determinadas pessoas, com as quais
procuramos estreitar os laços da incipiente amizade.
Entre nós, conversamos e
digitamos nossas aflições, formando um pequeno grupo, tornamo-nos amigos, e
sempre queremos o reconhecimento dessa amizade.
Mandamos beijos e abraços,
que talvez fisicamente não os déssemos e muitas vezes tentamos uma paquera, um
romance com alguém que nos atraia mais. Desnudamos nossa alma, revelamos
intimidades. Somos amigos, mas não sabemos porque.
Como podemos explicar
esse compartilhar de sentimentos com pessoas que não podemos ver? Talvez resida
aí o segredo. O fato de não as termos diante dos olhos elimina inibições,
ninguém é tímido, nem mesmo a mais tímida das pessoas. Diante da telinha tudo se
transforma. Na realidade, todos nós temos problemas, e sentimos necessidade de
os compartilhar com alguém, mas não podemos falar para as pessoas reais, pelo
receio de sermos julgados, de nos trairmos pelo olhar, ou mesmo por não resistir
aos olhares críticos que poderemos receber.
Mas, através do computador,
renovamos nossa confiança, podemos contar tudo. É uma espécie de CVV moderno.
Nem mesmo a voz pode trair nossa real emoção. Se algo nos fizer chorar, ninguém
estará vendo. Já pelo "zapzap" a coisa pode ficar mais real...
Uma verdade é
iniludível. Todos precisamos de uma válvula de escape para nossas emoções, e as
amizades “internetárias”, podem ser as melhores possíveis, por nos permitir
tantas coisas.
É certo que muitas vezes encontramos pessoas de má fé, e que
abusam de nossa confiança, e através da impossibilidade de tomarmos satisfações,
muitas vezes causam prejuízos. Mas, é certo também que fisicamente também somos
vítimas de maus amigos... Portanto, elas por elas... Os “amigos sem face” ainda
oferecem vantagem, pois uma simples tecla Del pode eliminar muita coisa. E uma
violência física sempre machucará mais do que uma virtual.
Apenas em ambos os
casos, precisamos saber selecionar melhor nossas amizades, e mais ainda nossos
amores...
Pensando nessas possibilidades, que tal termos UM LINDO DIA,
enviando e recebendo abraços fraternopoeticos reforçando esse
desejo...
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