quinta-feira, 24 de março de 2011

O ROSTO DO GIRAMUNDO
















Ele tinha o rosto triste
E uma vista avermelhada
Amanheceu pela vida
Filho único e mesada
Aos vinte teve dois filhos
Foi hippie vendeu cocada
Estudou Filosofia
E Religião Comparada
Caiu de febre terçã
Entre Diógenes e Lutero
Por tudo que estudou
Deus não lhe era sincero
Fez criadouro de rã
Idolatrou Emil Cioran
Hegel, estudou com esmero
Quando a mulher precisou
Desistiu de lecionar
Virou o dono da casa
Cuidou de tudo no lar
Ela foi ganhar o mundo
Giramundo, giramundo
A bela conseguiu o canudo
Virou diplomata exemplar
Ele construía uns versos
Enquanto lambia as crias
Em todo o tempo disperso
Lançou livros de poesias
A amada não escrevia
Porque estava ocupada
Na aridez do dia a dia
Enfim, bipou um recado
Arrumou Um Outro Amado
(E pediu que ele fosse educado!)
Mandou buscar os meninos
Queria um novo destino
Com resort e caviar,
Ele pirou! Bateu o pino!
Mas resolveu acatar ...
Por fim, virou dançarino
Fez um salão perto ao bar
Casou com a irmã do primo
Deixou de ser peregrino
Quis ter um novo lar
Aprendeu a exportar carpa
E comprou casa lá em Mauá.


NINA ARAÚJO

2 comentários:

  1. Genial! - Adorei! - Que virada! - Parabéns, Nina! - Abração

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  2. Sabe Claudio, esse mundão é tão grande que a moça girou girou e deixou o outro para trás, né? Mas ele se recuperou enquanto fazia poesia, hehehe...
    Obrigada!!!
    carinho,
    Nina.

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