segunda-feira, 18 de julho de 2011

Demônios conspiram


Acaso! Acaso! salva-me do destino a espreita
ele ri, debocha, faz fanfarra e se deleita
deste todo ser errante
que na busca delirante
soluça o peito à vida
por precioso instante

Sempre fora a missão: fazer-se feliz
e com o dom e karma de mero aprendiz
os demônios conspiram
e de salto aspiram
sorver o que se sente
fulgores se retiram

"a teu cheiro matador', teu sorriso profundo
me transporta por cometas, me deixa gira-mundo
são as rotas que eu percebo
de fugir desse placebo
pra cair na tentação
de voraz efebo

anestesiado de delírios frustrantes
que pulam descompassados aos montes
corre em mim a letargia
mas na espreita do dia
na mão uma rosa e pistola
embebe-me de nostalgia

E com a mão salvadora da heroína
esse calor que nada determina
somente a própria sorte
de escolher qualquer norte
que leve ao seu coração
ou leve ao colo da morte

(André Café)

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