Caminho das ondas
mostre-me a casa
da Sereia do Mar.
Deixe-me ouvir
seu canto,
quedar-me em
seu feitiço,
esquecer-me
do Santo Ofício
e viver essa
paixão pagã,
como se não
houvesse amanhã.
Mostre-me Delfim
dos Sete-Mares
todos os lugares
que me abriguem
dos males e azares;
e que me protejam
dos horrores
que os Homens
ensejam.
Permita-me
Poseidon Possante,
seguir mais adiante
em busca da
Ninfa do Mar,
no pleno exercício
de se dar.
Deixe-me ir,
Rainha das Águas,
pois eis que
da Gávea já vejo
o suntuoso cortejo
de Lua prateada
em Noite estrelada
que segue Cristina,
a minha doce amada.
Permitam-me, Seres do Mar,
a delícia de aqui ficar;
agora já sei o quão
pouco custa ser Rei:
Só esse Sol,
só essa Lua;
e a amada
vestida nua.
Para Cristina,
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