sexta-feira, 11 de maio de 2012

Outono ao teus pés...



Construo-me árvore
braços a seguir
na direção do sol
ergo-me em busca de ti
pássaro em céu aberto

me mostras minha descrença
e toda diferença
da sede que nos uniu

liberdade
e enraizamento

tentei florir em meu âmago
e depositar cores em tuas mãos
passou o verão
sobrevoava em meus galhos
onde nunca fez morada

e lá fora minha solidão
era o tudo de meu nada
sorvendo os dias límpidos
chegou o outono

derrubando as folhas
e em minhas escolhas
despi saudade
me vi tão distante

enraizadas certezas
mimetizando meu ego
do que não nego
aos olhos enxergar

seguindo
vou sendo sombra
sabendo que
vislumbro florestas
além dessas frestas

árvore de amor-próprio
quero renascer...

Adri Lima

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