sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

SENTINDO PERTO, QUEM LONGE ESTÁ

Vamos descobrir como alguém que não está conosco,
pode estar presente, mesmo que ausente...
Osculos e amplexos,
Marcial

SENTINDO PERTO, QUEM LONGE ESTÁ
Marcial Salaverry

Pode parecer um enorme contra-senso, falar-se na possibilidade de sentir perto um alguém não está a nosso lado, que realmente nunca poderá estar presente, mas sim, ausente. Parece mesmo muito ilógico dizer-se uma coisa dessas, embora seja verdade que sempre se pode sentir que essa "presença" realmente acontece, tendo em vista a capacidade do poder do pensamento.
Tudo é questão de interpretação, e depende de como vamos encarar a vida. É fácil sentir "a presença do ausente". Basta que a tenhamos no pensamento, no coração. Alguém de quem gostamos, e que não temos ao nosso lado por exemplo, é uma presença que, embora esteja fìsicamente ausente chega a ser sentida, tão forte é o sentimento que nos une a esse determinado alguém. Essa relação de amor pode ser entre namorados, amantes, amigos, pais e filhos, irmãos. Enfim, basta que haja muita afinidade entre os ditos ausentes.
A propósito, um jovem chamado Leonardo da Vinci, disse:
"Para se estar junto,não é preciso estar perto. E sim, estar dentro. Dentro do coração!"
Sábias palavras essas, pois quantas vezes podemos combater a saudade que normalmente sentimos dos entes queridos que estão longe, sentindo-os dentro do coração, embora seja natural que fique  aquele gostinho de "quero mais", desejando que a pessoa esteja ao lado, que possamos tocá-la, olhar nos olhos, ver ao vivo e a cores como está passando. Mas se essa proximidade física não é possível, a proximidade anímica o é. Convenhamos que a proximidade distante chega a ter suas vantagens, pois elimina o perigo de certas divergências que surgem quando estamos juntos. Tudo depende de como se encara a vida. Contudo, se essa presença física fica difícil por diversas razões,  a saudade pode ser amenizada pela "presença interior" dessa pessoa.
A mesma coisa pode ser dita dos "conhecimentos virtuais". Começa-se como quem não quer nada. Trocam-se e-mails, conversa-se amenidades, de repente vão descobrindo que existem muitas afinidades, maneiras idênticas de ver a vida, mas isso não quer dizer que haja um romance entre esses amigos. Quer dizer, sim, que existe uma grande amizade entre ambos, e essa amizade que surge, é um dos casos mais evidentes da "presença do ausente". Não é necessário o conhecimento físico, para que ela se desenvolva.
Para que exista essa afinidade, basta que as idéias se cruzem. Basta que tenhamos presente que nem tudo é como queremos, e que tudo é um presente da vida, e mesmo que surja o amor, é fato que se a amizade que foi assim vivenciada, o amor também poderá sê-lo. Tudo é questão de se usar a imaginação. E é muito romântico esse amor à distância, eis que pelo menos evitam-se as brigas que acontecem entre os namorados.
O ideal seria ter a nosso lado todas as pessoas de quem gostamos. Mas isso é praticamente impossível. Antigamente era bem mais fácil fazer-se essas enormes reuniões de família, de amigos. Falava-se muito nas famosas reuniões de "antigos alunos". E conseguiam juntar pessoas que não se viam há décadas, mas hoje isso não existe mais. São cada vez mais raras as clãs familiares. Reuniões de amigos então, são mais complicadas, pois geralmente acabam em confusão. A vida mudou bastante os hábitos, e agora então com as facilidades encontradas nas comunicações, fica muito mais fácil fazer-se um Cco, usar o Skype, as redes sociais,  para se falar com os amigos, do que reuni-los para um papo informal ao vivo e a cores...

Como nós por exemplo, acabamos nos tornando bons amigos, e somos presenças ausentes, e então, juntos ainda que distantes, vamos nos dar as mãos, mentalizarmos um caloroso abraço e um beijo na testa, desejando-nos UM LINDO DIA, que poderá se repetir a cada novo dia, sempre renovando as emoções de uma sincera amizade...

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