sábado, 20 de janeiro de 2018

A DISTANCIA NEM SEMPRE ATRAPALHA O AMOR

A DISTANCIA NEM SEMPRE ATRAPALHA O AMOR
Marcial Salaverry
             
Pode acontecer o fato de que, por diversas circunstâncias da vida,  aqueles  que se amam estarem separados, e mesmo  assim o amor pode ser bem vivido, o que acontece  desde tempos imemoriais, eis que  a distância nunca foi empecilho para que o amor se manifestasse, pois se o sentimento é reciprocamente real, não existe mesmo a necessidade do contato físico para que o amor se manifeste e permaneça, pois o verdadeiro amor é mais espiritual do que físico.

O amor é um sentimento etéreo, não podemos vê-lo, mas sim, senti-lo.  Não se pode descrever como é o amor, mas podemos descrever toda a complexidade de sentimentos que ele desencadeia.  As revoluções que ele provoca em nosso interior.

Li uma frase linda, de autoria de Luiz Carlos Ijalbert, que diz o seguinte:
"Aquele que inventou a distância não conhecia a dor da saudade.
A distância impede que eu te veja, mas não impede que eu te ame."

Um desses sentimentos provocados pela ausência da pessoa amada, se chama Saudade, e como essa tal de Saudade judia dos apaixonados distantes.
O interessante é que a saudade provocada pela distância, chega a ser um excelente teste, se não para cardíacos, mas para aferir a real força do amor existente.

Se for um amor como o de Penélope por Ulisses por exemplo, não há fator distância, nem fator tempo de ausência que poderá acabar com ele, ou fazer  com que  perca sua força, diminua de intensidade, e muito pelo contrário, quase sempre um afastamento dá mais força para esse amor, pois a dificuldade para o contato físico, fará com que a parte espiritual do amor se desenvolva mais e mais.   E a força do amor está na alma, e é justamente  ela que comanda os sentimentos.  O cérebro comanda a razão, mas a alma comanda o coração, é a verdadeira responsável pela emoção do amor.

Assim sendo, tem razão nosso amigo Luiz Carlos, ao dizer que a  “distância não impede que eu te ame...”.  Poderá, muito pelo contrário, fazer com que ame mais ainda...

Claro que o amor exige também o toque físico, o contato dos corpos e é isso que dá vida ao amor, que faz com que ele fique cada vez mais forte. A necessidade de ver e tocar na pessoa amada, faz com que a saudade doa ainda mais quando a distância é inevitável. Nesse caso, há que se ter uma força espiritual muito grande para que se possa sentir a presença do ausente, trazendo aquela sensação de "juntos ainda que distantes", lembrada por outro poeta...

Não estou fazendo apologia do amor etéreo, virtual.  O que estou querendo dizer é que a impossibilidade de um contato físico, por qualquer motivo que seja, não vai determinar o fim do amor.  Se duas pessoas  se gostam de verdade, e por uma razão qualquer não podem estar juntas, não vai ser essa distância que determinará o fim desse amor, desde que se saiba administrar essa falta de contato físico, suprindo-o com a força do pensamento.  É uma medicação paliativa, mas que funciona.

Sempre haverá o desejo de retomar o convívio, de um reencontro, ou de um encontro.  Afinal, o amor não é só espírito, é matéria também, mas também é verdade que certas separações dão um toque romântico para o amor, fazendo despertar mais ainda o desejo, e  chegam a ser benéficas.  Sim, benéficas, porque com a separação evitam-se certos atritos, certos desentendimentos provocados pela rotina do contato físico.

Tudo depende da força desse amor. A distância sempre será um teste para aferir-se até onde alguém ama alguém...
E com esse amor todo, desejo que tenham UM LINDO DIA, mesmo que estejam "juntos ainda que distantes..."

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